Pesquisa decolonial e privação de liberdade: reexões epistemológicas e metodológicas
Plurais Revista Multidisciplinar, v.6, n.1, p. 34-48, jan./abr. 2021 |
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É preciso manter a porta fechada, não deve deixar entrar o sábio, o especialis-
ta, o moralista, o investigador, construído pela maquinaria da pesquisa, pelo
mercado da pesquisa. E é preciso fazer com que o trabalho não seja assimilado
pelos dispositivos de administração e gestão dos indivíduos e das populações,
pelas formas do biopoder a serviço das quais está a indústria da pesquisa.
Nosso momento é de incertezas, inventividades, de sobrevivência diante das muitas
pandemias sanitária, econômica, política e acadêmica. Fica o convite: pensar a pesquisa de
maneira ecológica e que vá se desvelando e sendo experimentada ao sabor da diferença. Não há
como saborear a diferença com o paladar colonializado...; há outros tons, vozes, ecos, silêncios
e silenciamentos na educação para as pessoas em privação de liberdade!
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