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Salvador, v. 5, n.3, p. 183-199, set./dez. 2020
Liliane Afonso de Oliveira, Maria do Perpétuo Socorro Cardoso da Silva, Wanubya do Nascimento Moraes Campelo e Cíntia Maria Cardoso
O ato de brincar facilita a comunicação, possibilitando a construção da criticidade, da autonomia
e da capacidade criadora, estabelecendo, uma relação entre jogos/brincadeiras e aprendizagem.
Para Vigotsky (1979, p. 45) “a criança aprende muito ao brincar, o que aparentemente ela faz
apenas para distrair-se ou gastar energia é na realidade uma importante ferramenta para o seu desenvol-
vimento cognitivo, emocional, social, psicológico”. Assim como é importante a brincadeira no processo
de aprendizagem da criança, também é importante o respeito a esta quando esta brincando, pois o mundo
da criança é instável e oscila entre realidade e fantasia.
A anidade da brincadeira infantil com a natureza da própria criança tem
reconhecimento histórico, por isso, vem sendo tema de inúmeras pesquisas e estudos
ao longo dos anos. É interessante destacar que em todas as concepções teóricas
sobre o desenvolvimento e educação da criança pequena e na literatura em geral, a
brincadeira aparece como um importante recurso na construção de conhecimentos
e desenvolvimento integral. A brincadeira é a atividade que faz parte do cotidiano
de qualquer criança, independente do local onde vive, dos recursos disponíveis, do
grupo social e da cultura da qual faça parte, todas as crianças brincam (PEDROSO
et.al., 2011, p.01).
Através do brincar, as crianças dão o melhor de si: pensam, planejam, observam o erro, torcem,
comemoram; todo esse interesse dos pequenos faz dele um valioso recurso, que pode ser incluído nas
aulas para que possam ter melhor compreensão de mundo, além de ter maior desenvolvimento integral
nos aspectos social, físico, emocional, afetivo, ou seja, o ato de brincar além de favorecer estímulo, é
uma importante forma de comunicação, faz parte da vivência infantil e ainda, seu aprendizado pode
ocorrer de forma mais prazerosa.
A criança é um ser social que se desenvolve entre outros seres humanos, no espaço e tempo
determinados. Seu desenvolvimento é sequencial e caminha de estruturas mais simples para estruturas
mais complexas, portanto, “é uma equilibração progressiva, uma passagem contínua de um estado de
menor equilíbrio para um estado de equilíbrio maior” (PIAGET, 1980, p. 11).
Piaget (1980) analisou o desenvolvimento do pensamento, compreendendo o período do nasci-
mento até a adolescência. Para o autor, a inteligência tem sua estrutura biológica com a funcionalidade
de adaptar o organismo às exigências do meio.
O ato de brincar contribui, para interiorização de determinados modelos de adulto, no âmbito de
grupos sociais diversos. “Conceber a criança como o ser social que ela é signica considerar que ela