RELAÇÕES INTERARTES NO MODERNISMO BRASILEIRO: INTERFERÊNCIAS
DOI:
https://doi.org/10.53500/msg.v1i1.9778Palavras-chave:
Murilo Mendes; Mario de Andrade; modernismo brasileiro; pintura; música.Resumo
Muitas e de modo vário são as relações interartes na literatura brasileira. Este artigo privilegiará as interfaces da literatura com a música e com a pintura, no contexto do Modernismo Brasileiro. Abordando às conexões entre literatura e pintura, queremos nos ater ao duplo caminho que a obra de Murilo Mendes nos proporciona. Primeiramente, como colecionador e crítico de arte que foi, destacaremos o poema “Il figliol prodigo”. Publicado em italiano no livro Ipotesi, foi escrito a partir da leitura do poeta sobre o quadro de título homônimo do artista plástico Giorgio De Chirico, com quem o poeta mineiro teve contato durante seu exílio voluntário na Europa. Em seguida, queremos analisar a leitura do artista plástico Ramón Brandão sobre a sua obra do poeta mineiro. A originalidade dessa segunda parte da análise se deve ao fato de que não irá se tratar de um sistema sígnico verbal lendo outro não verbal (como costumeiramente acontece), mas do sistema visual interpretando o sistema verbal. Voltando-nos, em um segundo momento, para as relações entre literatura e música, ater-nos-emos (1) à análise do “Trenzinho do caipira” (composição que integra as Bachianas Brasileiras número 2, composta por Villa-Lobos em 1930 e que, em 1975, recebeu letra de Ferreira Gullar, retirada de um trecho de seu “Poema Sujo”); e (2) às interferências da formação musical de Mário de Andrade no seu livro de poemas Paulicéia Desvariada.
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