“NÃO HÁ FEITIÇARIA À VENDA”: OS SABERES MEDICINAIS ATRAVÉS DA TRADIÇÃO ORAL NO CONTO DE DORIS LESSING
NO WITCHCRAFT FOR SALE: MEDICINAL KNOWLEDGE THROUGH ORAL TRADITION IN THE SHORT STORY BY DORIS LESSING
DOI:
https://doi.org/10.53500/missangas.v4i8.18975Palavras-chave:
Saberes Medicinais, Tradição oral, Doris Lessing, ÁfricaResumo
Resumo: O objetivo deste artigo é analisar o conto “Não há feitiços à venda”, a partir de teorias que fundamentam as discussões acerca dos saberes medicinais africanos através da tradição oral (BINJA, 2020; DOMINGOS, 2015; NASCIMENTO, 2008). O pressuposto metodológico inclui a pesquisa bibliográfica, para compreender aspectos relacionados à identidade do indivíduo (HALL, 2006) e questões eurocêntricas enraizadas nos conhecimentos africanos (HALL, 2003). A pesquisa também é de caráter qualitativo. O personagem que protagoniza a ficção é Gideon, negro, cozinheiro e que sabe manusear as ervas medicinais para tratar de doenças. Ele cura o filho dos seus patrões, que querem saber o nome da planta para entregar aos cientistas. No entanto, Gideon guarda para si o conhecimento da planta. Doris Lessing viveu em África, sendo a maioria de suas obras ali ambientadas. A autora fala sobre questões como a subalternização da mulher branca na sociedade africana, o preconceito dos brancos com os negros, bem como a identidade e os costumes africanos. Nessa obra a autora subverte o sistema analisando o contexto colonialista através da tradição africana. A dominação desses corpos tinha como fatores a destruição do pertencimento identitário e cultural da comunidade. Lessing, então, coloca Gideon em um lugar de apropriação, não admitindo a entrega dos conhecimentos médicos.
Palavras-chaves: Saberes medicinais. Tradição oral. Doris Lessing. África.
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