SERÁ QUE ZRONGA É UMA LÍNGUA PRO-DROP:

IS ZRONGA A PRO-DROP LANGUAGE?

Autores

  • Ernesto Mário Dimande Centro de Estudos Africanos, Universidade Eduardo Mondlane (Moçambique)

DOI:

https://doi.org/10.53500/missangas.v4i8.18131

Palavras-chave:

Sujeito, Língua zronga, Línguas Pro-drop.

Resumo

Neste artigo cujo título é “Será que zronga é uma língua pro-drop?”,
fazemos uma análise paramétrica do sujeito nulo desta Língua Bantu, integrada
no grupo Tswa-Ronga (S50), juntamente com Xichangana (S53) e Citshwa (S51),
com o objetivo de determinar, com base em evidências empíricas, se zronga
é ou não é uma língua pro-drop; averiguar se a língua em estudo possui uma
morfologia verbal capaz de permitir a interpretação de sujeitos explectivos e
explicitar o comportamento dos verbos climáticos em relação ao parâmetro
do sujeito nulo. Teoricamente, a análise de dados está ancorada na Teoria
de Princípios e Parâmetros, proposta por Chomsky (1981). Originalmente, a
língua em estudo é falada na zona sul de Moçambique, especificamente na
Província de Maputo e Cidade de Maputo, por 58 486 pessoas. Resumidamente,
a análise de dados recolhidos através de um questionário estruturado escrito
e administrado a 20 falantes nativos das 4 variantes da língua zronga sugere
que esta língua enquadra-se no grupo de línguas pro-drop. Esta conclusão
justifica-se pelo facto de o seu paradigma morfológico verbal ser diversificado, o que permite interpretar os sujeitos expletivos em todos os contextos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015.

CANONICI, Noverino. 1991. A manual of comparative bantu languages. Durban: University of Natal.

CHOMSKY, Noam. Lectures on government and binding. Dordrecht: Foris, 1981.

CONCEIÇÃO, M. da. A brief look at sociolinguistics of xirhonga and other languages spoken in Mozambique. In: Hargus, S.; Conceição, M. da (Eds.). Xirhonga linguistics, p. 9-30, 1999.

CUNHA, Celso & CINTRA, Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 4ª Edição. Rio de Janeiro: Lexikon Editora Digital, 2007.

DEUS, Sofia. O Tétum-Díli como língua não-pro-Drop: na senda so caboverdiano. Textos seleccionados. XXVI encontro da associação portuguesa de linguística. Lisboa, p. 226-241, 2011.

DIMANDE, Ernesto &; CHIMBUTANE, Feliciano. 2022. Reexaminando o prefixo nominal da classe 5 na língua ronga . Domínios de Lingu@gem, v. 16, n. 2, p. 870-899, 2022.

DUARTE, M. Lamoglia. Do pronome nulo ao pronome pleno: a trajetória do sujeito no português do Brasil. Kato, M.; Roberts, I. (eds). Português Brasileiro: uma viagem diacrônica. Campina: Editora da Unicamp, p. 107-28, 1993.

DUARTE, M. Lamoglia. A perda do princípio “Evite Pronome” no português brasileiro. 1995. 300 f. Tese (Doutorado em Ciências da Linguagem) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1995.

HOLMBERG, A.; ROBERTS, I.; Introduction: parameters in minimalist theory. In: BIBERAUER, T. et al. Parametric variation: Null subjects in minimalist theory. Cambridge University Press, 2009.

KANTHACK, Gessilene Silveira. Letras vernáculas: sintaxe da língua portuguesa. Santa Cruz: Universidade Estadual de Santa Cruz, Santa Cruz, 2011.

KATAMBA, Francis. Bantu nominal morphology. In: The bantu languages. Derek Nurse and Gérard Philippson (Eds.). London: Routledge Taylor & Francis Group, p. 103-120, 2003.

LIMA, Rocha. Gramática normativa da língua portuguesa. 49ª Edição. Rio de Janeiro: José Olympio, 2011.

MARINS, Juliana Esposito. O parâmetro de sujeito nulo: uma análise contrastiva entre o Português e o Italiano. 2009. 98 f. Dissertação (Mestrado em Linguística) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2009.

Mchombo, Sam. The syntax of Chichewa. Cambrigge University Press, 2004.

NGUNGA, Armindo. Introdução à Linguística Bantu. 2ª edição. Maputo: Imprensa Universitária, 2014.

NGUNGA, Armindo e FAQUIR, Osvaldo. (eds). Padronização da ortografia de línguas moçambicanas: relatório do III seminário. Maputo: Centro de Estudos Africanos, 2011.

NGUNGA, Armindo ET Al. (eds). Padronização da ortografia de línguas moçambicanas: relatório do IV seminário. Maputo: Centro de Estudos Africanos, 2023.

QUAREZEMIN, Sandra. A Focalização do Sujeito e a Inversão Livre no Português Brasileiro. In: Estudos Lingüísticos XXXV. Santa Catarina: Universidade Federal de Santa Catarina, p. 1793-1801, 2006.

SILVA, Maria Cristina Figueiredo. O estado da arte dos estudos sobre sujeitos nulos, posições de sujeito e marcas flexionais. Gramática Gerativa: celebrando os 60 anos de Syntactic Strutures (1937-2017), (13)2, p. 191-211, 2017.

SITOE, Bento.; MAHUMANE, Narciso.; LANGA, Pércida. Dicionário Xirhonga-Português. Maputo: Texto Editores, 2008.

SITOE, Bento. & NGUNGA, Armindo. (Org.). Relatório do II seminário sobre a padronização da ortografia de línguas moçambicanas. Maputo: NELIMO, Maputo, 2003.

SOARES DA SILVA, Humberto. O parâmetro do sujeito nulo no português e no espanhol, Diadorim: Revista de Estudos Linguísticos e Literários. Rio de Janeiro, p. 45-62, 2007.

VAN DE VELDE, Mark. Nominal morphology and syntax. In: The bantu languages. Derek Nurse and Gérard Philippson (Eds.). 2nd Edition. London: Routledge, p. 237-269, 2019.

VILLARINHO, Clara N. Gonçalves. Sujeito nulo no Pportuguês brasileiro: elementos para sua análise a partir de situações experimentais. Linguagem: teoria, análise e aplicações. Rio de Janeiro: Letra Capital, 2006.

ZHENG, Yi. Aquisição do sujeito nulo por parte dos alunos chineses que adquirem Português Europeu como língua segunda. 2013. 142 f. Dissertação (Mestrado em Linguística) - Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa, Lisboa, 2013.

Downloads

Publicado

2024-01-24