HEDGE ACCOUNTING E RECLASSIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOSFINANCEIROS: UM ESTUDO SOBRE O IMPACTO NO VALOR DAS FIRMAS BRASILEIRAS

Autores

  • Lais Neves Borgheti Universidade de São Paulo, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto. https://orcid.org/0000-0002-8663-4703
  • Ricardo Luiz Menezes Silva Universidade de São Paulo, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto. Avenida Bandeirantes - de 3302 ao fim - lado parVila Monte Alegre14040030 - Ribeirão Preto, SP - BrasilTelefone: (16) 33159016URL da Homepage: http://www.fearp.usp.br/joomla/ https://orcid.org/0000-0001-5437-1657 http://www.fearp.usp.br/joomla/
  • Paula Carolina Ciampaglia Nardi Universidade de São Paulo, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto. https://orcid.org/0000-0001-7897-3070

DOI:

https://doi.org/10.18028/rgfc.v9i1.6132

Palavras-chave:

Instrumentos Financeiros; Contabilidade de Hedge; Reclassificação; Valor da Empresa.

Resumo

Para gerir os riscos de mercado, as companhias podem usar diversas estratégias, entre elas, o hedge accounting. Essa prática contábil pode ser usada para gerenciamento de resultado e poderia reduzir o valor das empresas, como indica a literatura. Neste contexto, o objetivo é analisar o impacto da prática do hedge accounting e também sobre o uso da reclassificação de instrumentos financeiros sobre o valor das firmas. Para tal, o estudo foi elaborado com base nas empresas de capital aberto, listadas na B3, nos anos de 2014 e 2015. As informações sobre a adoção da contabilidade de hedge foram obtidas nas notas explicativas das demonstrações contábeis. Após inferência e análises estatísticas, através dos Mínimos Quadrados Ordinários, percebe-se que os resultados não apresentaram uma relação estatisticamente significativa entre hedge accounting e o valor da firma, tampouco entre reclassificação dos instrumentos financeiros e o valor da firma.Tal resultado pode ser explicado pela ausência do impactono caixa e no fluxo de caixa esperado, devido a adoção dessas práticas contábeis, o que deixa o investidor indiferente em relação a tais ferramentas.

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10/22/2020

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Seção

ARTIGOS