UMA COMPARAÇÃO DA QUALIDADE DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL ENTRE AS EMPRESAS DE CAPITAL MISTO E AS DE CONTROLE PRIVADO NO BRASIL

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18028/rgfc.v6i1.1217

Resumo

O objetivo desta pesquisa é analisar a qualidade da informação contábil nas empresas de capital misto cujo controlador é o Estado em comparação com as de capital privado. Para o desenvolvimento do trabalho, é utilizada uma abordagem metodológica estruturada, a partir de um problema de pesquisa quantitativo; com objetivo descritivo. Como técnica de coleta e estudo dos dados, utiliza-se a análise documental, por meio de um índice desenvolvido por Gabriel (2011), que observa, mediante doze questões, a qualidade da informação contábil das empresas. Essa análise foi realizada em uma amostra estatística das empresas no mercado acionário brasileiro, com nível de confiança de 95% e com erro amostral de 5%; em um conjunto de dezoito entidades: nove empresas de capital misto com controle estatal e nove empresas de capital privado. Os dados levantados foram analisados descritivamente, pelo teste estatístico não paramétrico de Mann-Whitney. Os resultados apontam diferença não significativa na qualidade da informação contábil entre os dois tipos de empresa. As organizações cujo controle acionário é do Estado apresentam adoção inferior nas práticas de qualidade da informação contábil relacionadas à falta do parecer limpo de auditoria, republicação das demonstrações contábeis, elaboração da informação contábil em padrão internacional, publicação fora do prazo legal, reavaliação de ativos imobilizados e publicação da Demonstração do Fluxo de Caixa e adoção superior a empresas com controle privado nas práticas de divulgação da Demonstração do Valor Adicionado, remuneração dos executivos e medida de lucro econômico.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Angelo Antonio Davis Oliveira Nunes e Rodrigues, Universidade de São Paulo

Bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade de São Paulo. Mestre em Controladoria e Contabilidade pela Universidade de São Paulo

Rita de Cássia Lúcia Ferreira, Centro Universitário Unifafibe

Possui Graduação em Ciências

Taíse Bruna Mantovani, Centro Universitário Unifafibe

Possui Graduação em Ciências Contábeis pelo Centro Universitário Unifafibe

Elizabeth Krauter, Universidade de São Paulo

Doutora em Administração pela Universidade de São Paulo e  Professora da Universidade de São Paulo

Referências

ALCHIAN, A. A.; DEMSETZ, H. Production, Information Costs and Economic Organization. The American Economic Review, Nashville, v. 62, n. 5, p. 777-795, 1972.

BALL. R. International Financial Reporting Standards (IFRS): pros and cons for investors. Accountig and Business Research, International Accounting Policy Forum, p. 5-27, 2006.

BEUREN, M. I. (Coord.). Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: teoria e prática. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2012.

BEYS, F.; OLIVEIRA, L. R. Análise dos motivos que levam empresas a adotar práticas de governança corporativa. In: Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia, Rio de Janeiro, 4, 2007. Rio de Janeiro/RJ. Anais... Rio de Janeiro: SEGET, 2007.

BOBBIO, N. Estado, governo, sociedade: por uma teoria geral da política. 10. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

BORGES, L. F. X.; SERRÃO, C. F. B. Aspectos de Governança Corporativa moderna no Brasil. Revista do BNDES, Rio de Janeiro, v. 12, n. 24, p. 111-148, 2005.

BRIZOLA, J. Teoria do agenciamento na contabilidade: a contabilidade e o processo de comunicação. Revista ConTexto, Porto Alegre, v. 4, n. 7, 2004.

CHRISTOPHER, J. Corporate governance: a multi-theoretical approach to recognizing the wider influencing forces impacting on organizations. Critical Perspectives on Accounting, Florida, v. 21, n. 8, p. 683-695, 2010.

COHEN, J. et al. Corporate Governance mosaic and financial reporting. Journal of Accounting Literature, Gainesville, v. 23, p. 87-152, 2004.

COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS (CVM). Recomendações da CVM sobre Governança Corporativa. Cartilha de Governança Corporativa. Rio de Janeiro, jun. 2002. Disponível em: . Acesso em: 20 set. 2014.

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Estrutura conceitual para elaboração e divulgação de relatório contábil-financeiro. 2011. Disponível em: <http://www.cpc.org.br>. Acesso em: 19 ago. 2014.

DALMÁCIO, F. Z. Mecanismos de governança e acurácia das previsões dos analistas do mercado brasileiro: uma análise sob a perspectiva da teoria de sinalização. 2009. 232 f. Tese (Doutorado em Controladoria e Contabilidade) – Curso de Pós-Graduação em Controladoria e Contabilidade, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.

______; REZENDE, A. J. A relação entre o timeliness e a utilidade da informação contábil e os mecanismos de governança corporativa: evidências no mercado acionário brasileiro. Revista Base, São Leopoldo, v. 5, n. 3, p. 163-174, 2008.

GABRIEL, F. Impacto da adesão às práticas recomendadas de Governança Corporativa no Índice de Qualidade da Informação Contábil. 2011. 116 f. Tese (Doutorado em Controladoria e Contabilidade) – Curso de Pós-Graduação em Controladoria e Contabilidade, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.

GALLON, A. V. et al. Análise da relação entre evidenciação nos relatórios da administração e o nível de governança das empresas na Bovespa. Revista de Informação Contábil, Recife, v. 1, n. 2, p. 18-41, 2007.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA (IBGC). Código das melhores práticas de Governança Corporativa. São Paulo. 2009. Disponível em: <http://www.ibgc.org.br/Home.aspx>. Acesso em: 5 out. 2014.

IUDÍCIBUS, S.; LOPES, A. B. Teoria avançada da contabilidade. São Paulo: Atlas, 2004.

JENSEN, M.C., MECKLING, W. H. Theory of the firm: managerial behavior, agency costs and ownership structure. Journal of Financial Economics, Boston, v. 3, p. 305-360, 1976.

LOPES, A. B.; MARTINS, E. Teoria da contabilidade: uma nova abordagem. São Paulo: Atlas, 2007.

LOSS, L.; SARLO NETO, A. O inter-relacionamento entre políticas de dividendos e de investimentos: estudo aplicado às companhias brasileiras negociadas na Bovespa. Revista de Administração e Finanças, São Paulo v. 17, n. 40, p. 52-66, 2006.

MARTINS, G. A. Manual para elaboração de monografias e dissertações. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2002.

MARQUES, M. C. C. Aplicação dos princípios da Governança Corporativa ao sector público. Revista de Administração Contemporânea, Curitiba, v. 11, n. 2, 2007.

MALACRIDA, M. J. C.; YAMAMOTO, M. M. Governança corporativa: nível de evidenciação das informações e sua relação com a volatilidade das ações do IBOVESPA. Revista Contabilidade & Finanças, São Paulo, p. 65-79, 2006.

NASCIMENTO, A. M. et al. A controladoria como um mecanismo interno de Governança Corporativa: evidências de uma Survey comparativa entre empresas de capital brasileiro e norte-americano. Revista da Associação Brasileira de Custos, São Leopoldo, v. 2, n. 2, 2007.

ORGANIZAÇÃO PARA COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO (OCDE). OECD Principles of Corporate Governance. 1999. Disponível em: www.ocde.org/dataoced/32/18/315577724.pdf. Acesso em 09 de setembro de 2014.

RICHARDSON, R. J. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

RIBEIRO NETO, R. M.; FAMÁ, R. A importância da governança corporativa na gestão das empresas: o caso do grupo Orsa. In: Seminários de Administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, 6, 2003, São Paulo/SP. Anais... São Paulo: SEMEAD, 2003.

RODRIGUES, A. A. D. O. N. O estudo do conteúdo de Governança Corporativa no ensino contábil no Brasil. 2011. 108 f. Dissertação (Mestrado em Controladoria e Contabilidade) – Curso de Pós-Graduação em Controladoria e Contabilidade, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2011.

ROSS, S. A. The economic theory of agency: the principal's problem. The American Economic Review, Nashville, v. 63, n. 2, p. 134-139, 1973.

SAITO, R.; SILVEIRA, A. D. M. Governança Corporativa: custos de agência e estrutura de propriedade. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 48, n. 2, p.79–86, 2008.

SILVA, A. L. C. Governança corporativa, valor, alavancagem e política de dividendos das empresas brasileiras. Revista de Administração da Universidade de São Paulo, São Paulo v.39, n.4, p.348-361, 2004.

______. Governança Corporativa e sucesso empresarial. São Paulo: Saraiva, 2006.

SILVA, C. C. S.; MARTINS, O. S. Valor e práticas de governança corporativa das empresas listadas na BM&FBovespa. Revista Gestão, Finanças e Contabilidade, Salvador, v. 5, n. 3, p. 26-41, 2015.

SILVEIRA, A. M. Governança corporativa no Brasil e no mundo: teoria e prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

Downloads

Publicado

03/07/2016

Edição

Seção

Artigos