SITUAÇÕES
PROBLEMA COM AS QUATRO OPERAÇÕES
Deise
Vieira Silva Leite
Universidade
do Estado da Bahia – Uneb
Florislene
Carvalho da Silva
Universidade
do Estado da Bahia – Uneb
Helbia
dos Santos de Santana
Universidade do Estado da Bahia – Uneb
Renaura
Matos de Souza
Universidade do Estado da Bahia – Uneb
Gabriela
Rêgo Pimentel
Universidade
do Estado da Bahia – Uneb
RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo
desenvolver por meio de atividade com potencial lúdico, habilidades lógicas nos
educandos, demonstrando toda importância que as quatro operações exercem no seu
cotidiano, através de situações problema. Porém para trabalhar o tema em
questão, seria necessário revisar todas as propriedades que envolvem as quatro
operações com números naturais e inteiros. A metodologia foi dividida em etapas
que teriam jogos de fixação, dinâmica e revisão do conteúdo, contudo a oficina
ainda se encontra em andamento, por esse motivo obtivemos apenas resultados
parciais que são: resolver problemas contextualizados, criar estratégias de
resolução de situações problema a partir de atividades lúdicas e identificar
diferentes situações nas quais são utilizadas as quatro operações. Com todas as
dificuldades encontradas podemos justificar que, a aprendizagem só acontece à
medida que buscamos meios para sana-los, intervindo com atividades extraclasse
e principalmente dedicando tempo para a pratica, pois
a partir dela conseguimos analisar os erros que estão sendo cometidos.
PALAVRAS-CHAVE: Situação problema. Dificuldade. Quatro
operações.
O
Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), através do
subprojeto laboratório de educação
matemática: espaço de formação numa perspectiva lúdica vem auxiliar que os
bolsistas do curso de Licenciatura em Matemática da Universidade do Estado da
Bahia – Campus IX tenha uma nova experiência com alunos de Ensino Fundamental.
Por meio do projeto, temos a oportunidade de observar em sala as dificuldades
encontradas no processo de ensino-aprendizagem dos diversos conteúdos
matemáticos e refletir sobre como devemos atuar para suprir as necessidades
evidenciadas na turma.
O
projeto foi realizado em uma escola do município de Barreiras-BA na turma do 7°
ano vespertino, localizada no centro da cidade. As observações ocorridas na
turma foram detectadas as deficiências em relação com as quatro operações,
resultando em grandes dificuldades em questões contextualizadas e dessa forma,
eles não conseguem acompanhar o conteúdo com êxito e acabam retardando seu
processo de ensino-aprendizagem, pois um problema requer um processo de
resolução em que envolve mais de uma ação e várias operações.
Polya (2006)
contempla que, em um problema deve-se analisar e interpretar o enunciado com
clareza, compreender o problema como um todo verificando quais os conceitos
inseridos, selecionar as partes principais do problema, ou seja, organizar as
ideias a partir dos seus conhecimentos prévios e posteriormente chegar a uma
conclusão. Ele ressalta ainda que um problema deva ser definido por quatro
etapas de resolução: compreender o problema, estabelecer um plano, executar o
plano e fazer um retrospecto do resultado obtido.
Certo disso, a
realização deste trabalho, terá grande utilidade, tendo como ponto de partida,
a compreensão, interpretação e resolução das situações problemas do conteúdo
das quatro operações fundamentais.
Segundo
Dante (2003, p.10) “problema matemático é qualquer situação que exija maneira
matemática de pensar e conhecimentos matemáticos para solucioná-la”. Dessa
forma fica evidente que o conhecimento das quatro operações é de fundamental
importância para o desenrolar de qualquer atividade.
Conforme
Dante, (2003, p. 15) faz-se necessário o conhecimento matemático, pois o mesmo
é utilizado em várias ciências profissionais. E é de suma importância que o
aluno desenvolva uma base sólida, não apenas para sua vida escolar, mas para
qualquer área que ele futuramente pretende seguir.
Assim,
é necessário formar cidadãos matematicamente alfabetizados, que saibam como
resolver, de modo inteligente, seus problemas de comercio, economia,
administração, engenharia, medicina, previsão do tempo e outras da vida diária.
E, para isso, é preciso que a criança tenha, em seu currículo de matemática
elementar, a resolução de problemas com parte substancial, para que desenvolva
desde cedo sua capacidade de enfrentar situações-problema.
Polya
(2006) em sua obra “A Arte de Resolver Problemas”, relata a importância de
sugestões e questionamentos diante do processo de resolução de problemas, têm
que ser através da prática, pois durante alguns anos a resolução de problemas
fica esquecida e o foco é somente questões objetivas e depois de certo período,
primeiro, segundo ano do ensino médio volta e com isso o aluno tem que
relembrar tudo novamente, o que é a parte mais complicada por parte dos mesmos.
Resolver
problemas é uma habilidade prática, como nadar, esquiar ou tocar piano: você
pode aprendê-la por meio de imitação e prática. (...) se você quer aprender a
nadar você tem de ir à água e se você quer se tornar um bom “resolvedor de problemas” tem que resolver problemas (POLYA,
1985, p. 3).
Dante
(2003, p. 52) afirma que “ensinar resolver problemas é uma atividade muito mais
complexa do que ensinar algoritmos e resolver equações”. Com isso é pertinente
destacar que o professor enquanto mediador deve utilizar essa ferramenta com
intuito de levar o aluno a pensar por si só, apoiando-o e o incentivando a
buscar novos métodos para resolver diferentes situações problemas.
Ainda
conforme Dante (2003, p. 30)
Não
é um mecanismo direto de ensino, mas uma variedade de processo de pensamento
que precisam ser cuidadosamente desenvolvidos pelo aluno com o apoio e
incentivo do professor (...) o professor deve funcionar como incentivador e
moderador das ideias gradas pelos próprios alunos. Nesse caso, as crianças
participam ativamente “fazendo matemática, e não ficam passivamente observando”
a matemática “ser feita” pelo professor.
Com
tudo que foi citado, fica evidente que aprendizagem das quatro operações,
inclusas nas resoluções de situações problema, torna-se necessário, para
aptidão dos discentes ao resolver determinadas questões tanto em sala quanto em
seu cotidiano. Portanto é notável a importância que tem um bom mediador para
que possa ajudar, suprir os enigmas de seus educandos,
através de métodos que venham ajudar na concretização do conhecimento mesmo.
RELATO DE EXPERIÊNCIA
Iniciamos
observando a turma durante um período aproximado de 30 horas, assim detectamos
parcialmente suas dificuldades em resolver questões contextualizadas envolvendo
as quatro operações e através disto, surgiu o nosso projeto de intervenção.
Após apresentação do projeto aplicamos uma atividade diagnóstica para os
quarenta alunos, com intuito de confirmar o que havíamos observado. O critério
utilizado para a seleção foram alunos que obtiveram pontuação abaixo de três.
Com os resultados obtidos na atividade
pré-teste, vimos à necessidade de relembrar as quatro operações fundamentais,
pois, não teria como iniciar situações problema sem o domínio do mesmo.
RELEMBRANDO AS “CONTINHAS”
Tivemos
aplicação da dinâmica “BATATA QUENTE” [figura 1], onde havia situações problema
dentro de uma caixinha. Ficaram visíveis durante a aplicação da dinâmica as
dificuldades em resolver as questões mentalmente, isso provavelmente por falta
de domínio dos conhecimentos prévios das quatro operações. Em seguida fizemos
uma revisão do conteúdo de adição e suas propriedades e logo após foi aplicada
uma atividade de fixação envolvendo situações problema.
Logo
de imediato, houve a revisão do conteúdo de subtração incluindo suas
propriedades. E consequentemente a resolução das atividades para fixação do
conteúdo com questões de situações problema. Para finalizar a primeira etapa
foi feito o jogo de fixação “DOMINÓ DA ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO” [figura 2], essa
atividade tinha como objetivo exercitar o raciocínio utilizando as operações necessárias.
Figura 2: Alunos jogando dominó Figura 1: Alunos brincando com batata
quente Fonte: Arquivo pessoal do pesquisador. Fonte: Arquivo pessoal do pesquisador.
Continuamos
com a dinâmica do “BALÃO” [figura 3 e 4], o qual envolvia questões de
multiplicação que visava trabalhar relembrando os assuntos, com o objetivo de
fazer a socialização em sala. Essa atividade foi surpreendente em relação ao
interesse e participação do aluno, deixou claro para o grupo que mesmo sendo
uma dinâmica simples contribuiu de forma relevante para a aprendizagem do
educando, provando que a ludicidade está em pequenas atividades as quais
normalmente passam despercebidos. Logo após foram feitas atividades de revisão
e aplicação de um exercício, o qual foi realizado em dupla para avaliar o
processo ensino aprendizagem.
Relembramos
a operação divisão com o auxilio do datashow, ficou evidente mais uma vez as
dificuldades nas quatro operações, principalmente em questões envolvendo essa
operação matemática. O intuito de uma aula diferente foi chamar a atenção,
modificando sua rotina escolar e despertar o interesse durante a aula. Após
todo esse processo corrigimos juntamente com os alunos com a finalidade de
fazer análise quais são os erros mais cometidos nas resoluções dos problemas.
Seguindo
todo roteiro planejado, o próximo passo aconteceu com aplicação do “BINGO DE
MATEMÁTICA” [figura 5], que serviu para englobar todas as quatro operações e
resoluções de situações problemas em um único momento. Com o objetivo de
desenvolver processos de estimativa, cálculo e raciocínio lógico.
O
jogo foi realizado em grupo, onde cada um receberam cartelas contendo nove
problemas de situações diversificadas. Os educando tiveram um determinado tempo
para chegar às repostas das questões, e realizamos as correções no intuito de
analisar os procedimentos adotados por eles. Os resultados obtidos viraram as
próprias peças do bingo, onde cada número era posto na cartela à medida que era
sorteado e simbolicamente venceria o participante que fechasse primeiro a cartela.
Euforicamente todos vivenciaram o jogo de forma lúdica, pois lúdico é tudo que lhe
proporciona prazer e podemos perceber no
decorrer da aplicação do jogo o deleite pelo mesmo.
PRATICANDO AS QUATRO
OPERAÇÕES
Essa
etapa se encontra em fase de desenvolvimento, na qual será realizada resoluções de
problemas de raciocínio lógico em grupo, como forma de promover a socialização
na turma, em seguida haverá as correções das mesmas com o objetivo que seja
observado os erros cometidos a fim de buscarmos novos métodos para que as dificuldades encontradas
possam ser amenizadas.
Posteriormente
será aplicada a dinâmica “PASSE REPASSE”, com a finalidade de promover tanto a
socialização dos estudantes como a resolução de cálculos mentalmente,
possibilitando assim, o desenvolvimento do raciocínio lógico. Para a realização
da dinâmica dividiremos a turma em grupos que denominaremos de cores que será
escolhida pelo líder do grupo, os lideres jogarão no dado para decidir quem
iniciará o jogo, as questões serão de punho objetivo, alternativas e abertas e
cada questão terá um tempo para ser resolvida.
O
penúltimo encontro foi destinado para criação de situações problema envolvendo
as quatro operações, onde os alunos irão criar através da vivencia cotidiana.
E
finalmente será aplicado o jogo da “Trilha Show” que tem como objetivo mostrar
a relação da matemática com o cotidiano para os alunos, através de problemas
que estão relacionados com a realidade na qual eles estão inseridos. O jogo funcionará da seguinte forma: A turma
será divida em duplas, cada uma ficara com uma trilha que será jogada pela
mesma. Logo após terá um sorteio para decidir quem iniciara o jogo. Assim eles vão avançando de acordo com o
numero que sair no dado, as casas da trilha terá desafios, surpresas (avança
uma casa, volte uma casa, uma rodada sem jogar e assim sucessivamente),
questões com raciocínio lógico e situações problemas. Vence quem chegar a
ultima casa.
Será aplicada a atividade pós-teste, para
verificar se a oficina contribuiu de forma significativa para a aprendizagem do
aluno.
CONSIDERAÇÕES PARCIAIS
Concluímos
que apesar das dificuldades encontradas nos educandos, podemos destacar que
alguns avanços estão sendo perceptíveis, pois eles se mostram aptos a
participar de todas as atividades propostas, demonstram interesse e vontade de
aprender e conseguem resolver atividades contextualizadas envolvendo as quatro
operações. Porem também é visível que alguns ainda têm um bloqueio em alguns
exercícios, mas acreditamos que, por meio de atividade lúdica, revisão dos
conteúdos e resolução de questões, irá sanar e consequentemente finalizar a
oficina com êxito.
REFERÊNCIAS
DANTE, Luiz Roberto. Didática da Resolução de Problemas de
Matemática 12ª; São Paulo;
Editora Ética, 2003.
POLYA , G. A
Arte de Resolver Problemas. Rio
de Janeiro: Interciência, 2006.
SANTOS, Jovenice
Ferreira. Desmitificando a Monografia
3ª; Salvador; ADUNEB, 2013.