REVIVENDO A MATEMÁTICA NO ENSINO MÉDIO
Edivânio Pereira Barbosa
Universidade do Estado da Bahia - Uneb
(Campus IX)
Simone Gabriely da Silva Lima
Universidade do Estado da Bahia - Uneb
(Campus IX)
RESUMO: O presente trabalho vem relatar as
experiências da vivência do componente curricular Estágio III, do curso de
Licenciatura em Matemática da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) – Campus IX, cujo tema é “Revivendo a Matemática no Ensino Médio”.
O projeto foi realizado na UNEB, com estudantes do Ensino médio Técnico do 1º,
2º e 3º ano, de uma escola de ensino profissionalizante do município. O projeto
teve como principal objetivo apoiar e garantir a
mediação dos
conteúdos de função polinomial do primeiro grau, geometria e com resolução de problemas do ENEM e de vestibulares, promovendo
a integração entre o processo formal do ensino e sua complementação
prática. A atividade adotou uma metodologia lúdica e teve enfoque na resolução
de problemas. Os autores consultados para fazer as reflexões teóricas foram
Polya (2006),
Freire (2001) , Pimenta e Lima( 2004), entre outros; que contribuíram com suas
teorias pedagógicas e matemáticas do uso interativo e funcional da linguagem
matemática.
PALAVRAS-CHAVE: Matemática; ludicidade; Estágio;
Oficina.
INTRODUÇÃO
O Estágio Supervisionado tem por finalidade proporcionar ao futuro professor, o primeiro
contato com o ambiente de trabalho, tendo assim, uma grande oportunidade de mediar os conhecimentos teóricos aprendidos dentro
da universidade e refletirmos sobre tal conhecimento e sua viabilidade de aplicação quanto aos
conceitos matemáticos. De
acordo com Pimenta e Lima (2004) o estágio é onde o futuro docente fará o elo
entre teoria e prática, numa concepção filosófica e sociológica, “a noção de
ação é sempre referida a objetivos, finalidades e meios, implicando a
consciência dos sujeitos para essas escolhas, supondo certo saber e
conhecimento”.
Assim Pimenta e
Lima (2004) afirmam que a teoria e prática são indissociáveis, mesmo que ainda
em muitas das vezes o sujeito que pratica a ação não tenha consciência clara
disto. Nesse intuito, foi desenvolvido o projeto de intervenção “Revivendo a Matemática no Ensino Médio”,
realizado em uma escola de ensino profissionalizante, localizado na cidade de Barreiras-BA. O
projeto realizado partiu de observações realizadas nas três séries de ensino:
1º; 2º e 3º ano do Ensino Médio Técnico durante o Estágio, tendo como público
presente 12 alunos.
Os
conteúdos escolhidos para trabalhar nesse processo, foram escolhidos a partir de observações realizadas na escola escolhida juntamente
com os professores regentes que são
justamente conteúdos onde o índice de
desempenho é muito baixo e algum que pelo relato dos participantes, nunca
tinham estudado , visando trabalhar de forma contextualizada, os alunos
envolvidos puderam ver significado e
aplicabilidade no que se aprende, no
entanto tinham o propósito de desenvolver
as atividades de forma divertida e prazerosa (SANTOS et al., 2014).
Nesse
aspecto, tem-se que o jogo é uma das mudanças de metodologia em o professor
pode inserir nas aulas de matemática, como asseveraram Silva (2014), Souza et al. (2014) e Souza et al. (2011), ao ser utilizado em
sala de aula, tem potencial para atrair a atenção dos alunos e promover uma
aprendizagem significativa. Sendo assim, ensinar Matemática de forma prazerosa,
requer uma maior atenção quanto a utilização da
metodologia, visto de que cada aluno tem o seu potencial de aprendizagem de
forma diferente.
No
entanto, o desenvolvimento desse projeto tende-se á despertar o interesse dos
alunos para a necessidade de apreensão e compreensão dos conteúdos matemáticos
através da resolução de problemas, jogos, de modo a melhorar seu raciocínio e
que possa auxiliá-los a construir seus próprios conceitos, bem como criar
estratégias de resolução.
O
ESTÁGIO SUPERVISIONADO E SUAS VERTENTES
O Estágio Supervisionado possui uma enorme importância
nos cursos de licenciatura, tendo em vista de que é o primeiro passo para que
os futuros professores possam adquirir suas experiências quanto à docência como
também possibilitar a interação com o campo de atuação. O estágio
caracteriza-se como um momento de reflexão indispensável na formação, o qual
esta atividade formativa tende a propiciar ao futuro professor experiências nas
diversas situações de ensino-aprendizagem e nos desafios da prática pedagógica.
De acordo com o PCN do Ensino Médio (2008, p.83)
as
s ideias socioconstrutivistas da aprendizagem partem do princípio de que a
aprendizagem se realiza pela construção dos conceitos pelo próprio aluno,
quando ele é colocado em situação de resolução de problemas ... .a aprendizagem
de um novo conceito matemático dar-se-ia pela apresentação de uma
situação-problema ao aluno.
Contudo, o Estágio Supervisionado é um espaço onde serão
construídos conhecimentos e parte do processo de formação do aluno vem
estabelecer a interlocução entre a formação acadêmica e o mundo profissional,
através de uma (re) aproximação contínua da academia com a realidade social. Piconez (1991) afirma que:
O
estágio é um passo definitivo para o querer ser professor, ele será um divisor
de águas entre a formação inicial e a conclusão do curso. Pois, nos períodos de
dedicação ao estágio, desde a primeira visita à escola, onde eles precisam
conhecer o espaço escolar nos seus aspectos de organização estrutural e
administrativa até a entrada na sala de aula, para assumir a turma através da
regência de classe, os professores em formação são levados a refletir se estão
dispostos a continuar nessa caminhada, seja para cumprir uma etapa ou, então,
para assumir sua identidade profissional de professor. E, além disso, o estágio
caracteriza-se por ser “um componente teórico-prático, isto é, possui uma
dimensão ideal, teórica, subjetiva, articulada com diferentes posturas
educacionais, e uma dimensão real, material, social e prática, própria do
contexto da escola brasileira. (PICONEZ,1991 ,p.25)
Sendo assim a importância
do estágio é tamanha, pois o estágio é o momento de articular a teoria e a prática, em
um movimento pendular de vivenciar a prática docente, em um contexto
profissional. Segundo Freire (2001), o
Estágio Supervisionado oportuniza o envolvimento dos futuros professores em
situações de ensino e aprendizagem, com professores das escolas e com
orientadores e supervisores de estágio “cria condições para a realização de
aprendizagens que podem proporcionar a aquisição de saberes
profissionais e mudanças, quer nas estruturas conceituais, quer nas
concepções de ensino” desses futuros docentes.
Enquanto os Parâmetros
Curriculares do Ensino Médio (PCN) (2007), o Estágio Supervisionado possui uma
enorme importância nos cursos de licenciatura, tendo em vista de que é o
primeiro passo para que os futuros professores possam adquirir suas
experiências quanto à docência como também possibilitar a interação com o campo
de atuação. O estágio caracteriza-se como um momento de reflexão indispensável
na formação, o qual esta atividade formativa tende a propiciar ao futuro professor
experiências nas diversas situações de ensino-aprendizagem e nos desafios da
prática pedagógica. O PCN(20078) aborda que:
As
ideias socioconstrutivistas da aprendizagem partem do princípio de que a
aprendizagem se realiza pela construção dos conceitos pelo próprio aluno,
quando ele é colocado em situação de resolução de problemas... .a aprendizagem
de um novo conceito matemático dar-se-ia pela apresentação de uma
situação-problema ao aluno. (PCNEM, 2008, p.83)
Contudo o Estágio
Supervisionado, é uma espaço onde serão construídos conhecimentos e parte do
processo de formação do aluno
vem estabelecer a interlocução entre a formação acadêmica e o
mundo profissional, através de uma (re) aproximação contínua da academia com a
realidade social
RESIGNIFICANDO A MATEMÁTICA:
REALIZAÇÃO DA OFICINA
A
Preocupação do enfoque do trabalho realizado no Estágio III,
foi de está instigando os alunos a resignificar seus conhecimentos
matemáticos e saber aplicar no seu cotidiano, complementando dessa forma os
saberes que estão inseridos dentro da sala de aula, com a ressignificação nas
atividades que são realizadas nas oficinas.
A
oficina teve duração de 60horas/aulas distribuídas em 15 encontros; sendo dois encontros
semanais com 4h horas cada. Foram desempenhadas oficinas relacionadas a
assuntos de interesse e de grande valia para alunos desse nível de ensino, como
já dito anteriormente, tais como: Função Polinomial do 1º Grau com aplicação de
jogo, Geometria, com a construção dos sólidos e questões do vestibular ENEM (Enxame
Nacional do Ensino Médio), na perspectiva de proporcionar o desenvolvimento do
raciocínio lógico matemático, do pensamento crítico, a capacidade de
interpretação em situações contextualizadas, bem como a reconstrução dos
conceitos matemáticos de forma prazerosa através da ludicidade. Na primeira
etapa da oficina onde se trabalhou função polinomial do primeiro grau que
segundo O PCN (2008) do Ensino Médio :
O estudo de Funções pode ser
iniciado com uma exploração qualitativa das relações entre duas grandezas em
diferentes situações: idade e altura; área do círculo e raio; tempo e distância
percorrida; tempo e crescimento populacional ;tempo e
amplitude de movimento de um pêndulo, entre outras.(BRASILÍA, 2008, p. 72).
Dessa
forma foi trabalhada situações problemas, onde havia a
presença de funções afim, de maneira que
os discentes pudessem perceber a importância do conteúdo trabalhado em suas
vivência cotidianas. Além de situações problemas, foi trabalhado o jogo trilha
das Funções, que teve como objetivo verificar o aprendizado dos alunos, na
etapa anterior (que foi a de resolução de problemas); assim eles perceberam que
só conseguiria ganhar o jogo se o conhecimento de funções tivesse sido
apropriado de maneira significativa, para acerta o número de questões possíveis
e avançar no jogo, podendo assim vencer o adversário.
Figura 1 - Alunos desenvolvendo o jogo
Trilha das funções.
Fonte: Arquivo pessoal
dos autores
Nessa
primeira etapa tivemos o relato do aluno A, onde ele afirmava contente mente
que: “Estudar Função é muito mais divertido ,
brincado”. Começou-se a perceber assim que um dos objetivos
já estava sendo alcançado( desenvolver o conhecimento matemático a partir da
ludicidade). Nesse aspecto, tem-se que o
jogo é uma das mudanças de metodologia em o professor pode inserir nas aulas de
matemática, ao ser utilizado em sala de aula, tendo potencial para atrair a
atenção dos alunos e promover uma aprendizagem significativa. Sendo assim,
ensinar Matemática de forma prazerosa, requer uma maior atenção quanto a utilização da metodologia, visto de que cada aluno tem o
seu potencial de aprendizagem de forma diferente. Segundo Antunes (1998, pág.
36), o jogo ganha um espaço como ferramenta ideal da aprendizagem, na medida em
que propõe estímulos ao interesse do aluno que como todo adora jogar,
desenvolve níveis diferentes da sua experiência pessoal e social.
Na
Segunda etapa se desenvolveu o estudo da geometria, sendo voltada mais para o
estudo dos sólidos geométricos e a aplicabilidade do mesmo na área de atuação
da maioria dos discentes (voltado para situações problemas da área de
agropecuária e comércio). Foi mostrada as representações dos sólidos com objetos
concretos da realidade e a construção
dos sólidos de Platão. Nessa etapa foi perceptível que o conteúdo de geometria
segundo os participantes quase não foram trabalhados durante a vida estudantil,
tendo assim os participantes grande dificuldade em
saber a nomeação dos sólidos geométricos. Conforme o PCN do Ensino Médio, a
Geometria (2008, p.75)
O estudo da Geometria deve
possibilitar aos alunos o desenvolvimento da capacidade de resolver problemas
práticos do quotidiano, como, por exemplo, orientar-se no espaço, ler mapas,
estimar e comparar distâncias percorridas, reconhecer propriedades de formas
geométricas básicas, saber usar diferentes unidades de medida. Também é um
estudo em que os alunos podem ter uma oportunidade especial, com certeza não a
única, de apreciar a faceta da Matemática “vem a possibilitar aos discentes o
desenvolvimento da capacidade de resolver problemas práticos”.
Com isso proporciona aos alunos o
desenvolvimento da capacidade de solucionar problemas a partir das
representações dos sólidos geométricos, como também a autoconfiança diante das
situações do cotidiano.
Figura 2 - Alunos construindo os sólidos de platão.
Fonte: Arquivo pessoal
dos autores
Na terceira e ultima etapa da oficina foi
feito a resolução de questões do Enem e Vestibular, tendo em vista que trata-se de um publico voltado para o mercado de trabalho e
precisa está se interagindo com questões contextualizadas e que são de suma
importância na disputa para a futura continuação estudantil e para carreira
profissional.
Ao trabalhar a Matemática de forma
contextualizada, ou seja, através de situações problemas, Polya (2006) defende
que: em um
problema deve-se analisar e interpretar o enunciado com clareza, compreender o
problema como um todo verificando quais os conceitos inseridos, selecionar as
partes principais do problema, ou seja, organizar as ideias a partir dos seus
conhecimentos prévios e posteriormente chegar a uma conclusão. Ele ressalta
ainda que um problema deva ser definido por quatro etapas de resolução:
compreender o problema, estabelecer um plano, executar o plano e fazer um
retrospecto do resultado obtido.
Figura 3 – Alunos resolvendo questões do ENEM e Vestibulares.
Fonte: Arquivo pessoal
dos autores
Assim ao se trabalhar nessa etapa, os
estagiários envolvidos embasaram-se nos saberes de etapa de resolução de
problemas de Polya (2006);
nessa etapa como ponto
positivo foi notório um grande interesse
dos discentes ao se trabalhar com questões
do Enem que é o foco de muitos , instigando e fazendo com que eles busquem de forma
competitiva entre si as possíveis
soluções dos problemas propostos.
CONDIDERAÇÕES
FINAIS
O Estagio III proporcionou
vivenciar a experiência em sala de aula, que é tarefa imprescindível para a
vida de um futuro docente. Educar não é
só mediar conhecimento , educar é saber inserir dentro da sala de aula a vida
do seu aluno , é ser criativo , é construir
práticas inovadoras que possam está solucionando a carência do seu aluno
, tenho conhecimento de sua especificidades , sendo docentes que realmente se
preocupa com o conhecimento ali construído .
Percebeu-se que é preciso buscar inovações
para atuar em sala de aula, principalmente nas aulas de Matemática, para que os
educandos se interessem e acima de tudo tenham prazer em estudar essa
disciplina taxada por muitos como desagradável. Dinamizando por meio da
ludicidade conceitos matemáticos
esquecidos e em alguns caso construídos
de maneira cativante e prazerosa. Na aplicação das oficinas, foi percebido que
práticas inovadoras, como ludicidade e o uso de situação problemas voltadas
para a realidade os discentes foi de grande valia para está chamando a atenção
e fazendo com que
eles pudessem está significando a matemática em si , fatores que são
importantes para o aprendizado proporcionando assim aos alunos estímulo e interesse pelas aulas.
Essas práticas faz com que
nasça do discente, questionamentos e curiosidades em descobrir a matemática,
tornando a matemática uma aliada em sua vida.
Dessa forma percebe-se que as atividades mediadas
serviram para contribuir de maneira positiva na construção do conhecimento e da
autonomia do alunado; seguros
da sua própria capacidade de construir conhecimentos e podendo nomear, identificar
e definir os conceitos matemáticos buscando desenvolver sua autoestima e a perseverança na busca de soluções de
problemas para o mercado de trabalho futuro e para a vida cotidiana.
REFERÊNCIAS
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22/05/2014
MACEDO,
Lino de, PETTY, Ana Lúcia S. E PASSOS, Norimar C. Aprender om jogos e situações-problema.
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PICONEZ, S.
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