REDESCOBRINDO
AS QUATRO OPERAÇÕES BRINCANDO
Edivânio Pereira Barbosa
Universidade do Estado da Bahia – UNEB
Campus IX
Leonice das Neves Ribeiro
Universidade do Estado da Bahia – UNEB
Campus IX
Rodrigo Carvalho Santos
Universidade do Estado da Bahia – UNEB
Campus IX
Américo Júnior Nunes Silva
Universidade do Estado da Bahia - Uneb
(Campus IX)
RESUMO: O presente
relato de experiência é resultado de uma intervenção didático-pedagógica realizada na
turma de 7° ano do Ensino Fundamental, em uma escola pública da cidade de
Barreiras-BA. Trata-se de uma atividade para do subprojeto do Programa
Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, subprojeto Matemática. A realização
da atividade teve por objetivo aprimorar os conhecimentos á respeito das quatro
operações fundamentais, por meio de jogos, no intuito de facilitar a
aprendizagem dos alunos e aproximá-los do conhecimento matemático. A vivência da oficina
possibilitou aos estudantes compreenderem os conceitos matemáticos que, em
grande parte, não foram bem apresentados nos anos anteriores; promovendo assim
o desenvolvimento de uma aprendizagem mais significativa e prazerosa, bem como
estimulando o raciocínio lógico diante das situações-problemas, tendo como eixo
central o lúdico. Este texto fundamenta-se em Kishimoto (2003), Piaget (1994),
Antunes (1998), Brougère (1998), por exemplo.
PALAVRAS-CHAVE:
Quatro
operações fundamentais; Lúdico; Matemática; Aritmética.
INTRODUÇÃO
O
ensino e aprendizagem da Matemática tem sido um desafio no Brasil, tanto para
quem ensina quanto para quem aprende. A Matemática está presente em nossas
vidas, desde as mais simples contagem até os mais complexos cálculos
matemáticos, mas, apesar de está presente em tantos momentos da humanidade,
pode parecer, a priori, que em alguns
temas da Matemática não se relacionam com o cotidiano, causando assim um grande
desapontamento por parte dos alunos.
É importante analisar os métodos de
ensino e buscar novas metodologias que tornem as aulas mais dinâmicas. Através
de jogos e brincadeiras, como destacaram Souza et al.
(2011) e Silva (2014), se instiga, cria, discute, amplia o conhecimento,
valorizando a interação com outros colegas, desenvolver a criatividade e o
raciocínio lógico e a confiança na construção do mesmo. Ao longo desse
percurso, como asseveraram Silva, Muniz e Nascimento (2017), importante
valorizar as diferentes formas de matematizar dos estudantes e, para isso, o
professor precisa estar preparado.
A proposta do uso de jogos em sala de
aula configura-se importante para o desenvolvimento socioemocional, pois
existem alunos que pouco participam das aulas, tem
vergonha de perguntar sobre determinados conteúdos, de expressar dúvidas,
tornando assim a matemática um problema para eles. Sendo assim, este estudo
objetivou conhecer e analisar a importância de se trabalhar a ludicidade no
âmbito do ensino da matemática, bem como torná-lo mais prazeroso e
significativo. A ideia é ampliar o lugar da matemática para que o seu trabalho
extrapole as questões conceituais, como destacaram Santos et
al. (2014).
O projeto “Redescobrindo as quatro operações brincando”, partindo do que
apresentamos anteriormente, que tem por finalidade promover aprendizagens das
operações fundamentais de uma forma dinâmica, onde se valoriza a descoberta e o
matematizar. Teve como público alvo estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental.
Nesse sentido, foram vivenciados
alguns jogos envolvendo as quatro operações fundamentais para que os alunos, de
certa forma, compreendessem o grande significado da Matemática nas atividades
lúdicas e, como apontaram Silva (2014) e Silva e Sá (2013), que a própria
matemática seja lúdica, e nesse movimento o professor precisa assumir
responsabilidades.
Com isso, a introdução de jogos desempenha um
papel importantíssimo na educação dos alunos, desenvolve o raciocínio lógico,
cria um laço de interação entre os educando, facilita de certa forma a relação
de aprendizagem com os conceitos matemáticos; e ao se trabalhar com jogos, os
educadores devem tomar umas séries de cuidados como: não colocar como
obrigatório, estabelecer regras, que seja em conjunto, objetivando a interação
e que a sorte não interfira, mas sim a descoberta das melhores estratégias,
possibilitando o desenvolvimento de sua capacidade cognitiva nas resoluções das
operações elementares.
Dessa forma, o uso de jogos para o ensino da
Matemática, representa, em sua essência, uma mudança de postura do professor em
relação ao o que é ensinar Matemática, ou seja, o papel dele muda de
comunicador de conhecimento para o de observador, organizador, mediador, e
incentivador da aprendizagem do processo de construção do saber pelo aluno.
O
JOGO COMO FACILITADOR DA APRENDIZAGEM MATEMÁTICA
A realização de
atividades lúdicas no ensino da Matemática obtém-se um clima agradável e uma
confiança mútua entre os alunos, retirando assim o caráter sério que a
Matemática possuiu, passando a ser uma disciplina prazerosa e de fácil
compreensão. Isso acontece pelo fato de a Aprendizagem Construtivista ter como
objetivo a construção do conhecimento do aluno através da manipulação do
objeto, que acontecerá com a interação dos alunos com as atividades lúdicas. De
acordo com o Referencial Curricular de Matemática e suas Tecnologias, do Rio
Grande do Sul (2009). Os jogos em sua diversidade propõem situações
problemáticas que via de regra, alia de forma lúdica o
raciocínio lógico-matemático, o uso de estratégias e de reflexão, bem como a
observação e a memorização, favorecendo o trabalho cooperativo e promovendo o
desenvolvimento pessoal e social.
No entanto, ao utilizar como recurso
para o ensino da Matemática, deve-se salientar que o lúdico tem que ser
observado com muita cautela, pois o que se torna lúdica para uns pode não ser
para outros e o professor deve observar que o jogo é um instrumentos de
mediação e incentivo ao conhecimento e não uma ferramenta de comunicação de
conhecimento.
Assim, os jogos é um
material de apoio interessante para o desenvolvimento do raciocínio do aluno,
por isso pode estar presente nas aulas de Matemática, porém se o professor não
souber fazer a utilização de forma lúdica pode não contribuir aos educando.
Logo, saber para quais estudantes estar dirigindo as atividades e quais os objetivos
a serem alcançados é fundamental. Nas palavras de Moura (2003).
Os jogos são recursos importantes a
serem utilizados pelo professor, desde que eles tenham clareza do seu papel e
de que os jogos por si só não vão garantir a aprendizagem de certos saberes que
precisam ser sistematizados e correlacionados à proposta e aos objetivos
pedagógicos que se espera atingir. (MOURA, 2003. p. 79-80).
Trabalhar de forma lúdica para o ensino
da Matemática é essencial para desenvolvimento da criança, os trabalhos com
jogos nas escolas apresentam-se como possibilidades sobre como se dá a
construção de conceitos matemáticos de maneira interessante e prazerosa durante
as aulas. Na concepção de Antunes (1998):
O jogo ganha um espaço como ferramenta
ideal da aprendizagem, na medida em que propõe estímulos ao interesse do aluno
que como todo adora jogar e desenvolver níveis diferentes da sua experiência
pessoal e social. (ANTUNES, 1998, p. 36).
O jogo no processo de aprendizagem pode
ser utilizado como recursos no cotidiano escolar nas aulas de Matemática,
permitindo assim ao professor desenvolver aulas criativas, possibilitando uma
convivência social entre alunos e uma aprendizagem mais significativa e com
melhor resultado. Trabalhar com jogos é muito gratificante, pois, no mesmo
instante percebe se a aprendizagem dos alunos está acontecendo. Piaget afirma
que:
Jogo tem como objetivo principal a integração social no
qual o mesmo contribui para o desenvolvimento mental, não deixando de valorizar
os conhecimentos que os mesmos trazem consigo, pois, através de atividades
desafiadoras começam a descobrir uma nova lógica e organizar sua forma de
pensamento (PIAGET, 1994, p. 23).
Com isso, os Parâmetros Curriculares
Nacionais (2000) retratam que, é importante que os jogos façam parte da cultura
escolar, cabendo ao professor analisar e avaliar as potencialidades dos
diferentes jogos e o aspecto curricular que se deseja desenvolver. É
imprescindível salientar, que o professor esteja ciente de que cada criança tem
o seu potencial, seu ritmo, seu tempo e sua cultura que deve ser respeitados e
valorizados durante todo o processo de ensino- aprendizagem.
O
jogo é um recurso que vai despertar o interesse dos estudantes, pois é uma
atividade diferente da que geralmente é proposta cotidianamente nas salas de
aula, sendo assim realizado de maneira prazerosa e despertando o interesse dos
alunos que vão aprender brincando. Segundo os PCN,s
(1998),
...os jogos constituem uma forma
interessante de propor problemas, pois permitem que estes sejam apresentados de
modo atrativo e favorecem a criatividade na elaboração de estratégias de
resolução e busca de soluções, além de possibilitar a construção de uma atitude
positiva perante os erros, uma vez que as situações sucedem-se rapidamente e podem
ser corrigidas de forma natural, no decorrer da ação, sem deixar marcas
negativas... (BRASIL, 1998, p. 46).
Para Brougére (1998) o jogo é uma necessidade imprescindível da
criança. Por isso o jogo para a criança estabelece um fim, o prazer. Além de ser prazeroso, desempenha várias
funções no desenvolvimento do ser como, por exemplo, o físico, intelectual,
social, atitudes éticas e afetivas.
E segundo Souza
(1997), devemos lembrar que a aprendizagem acontece das relações estabelecidas
entre significados e conceitos, o material didático representa uma estratégia
para gerar uma reflexão do estudante sobre alguns aspectos de um determinado
conceito que se quer desenvolver.
Contudo, os jogos
ultimamente, vêm ganhando espaço dentro de nossas escolas, numa tentativa de
trazer o lúdico para dentro da sala de aula. A pretensão da maioria dos
professores com a sua utilização é a de tornar as aulas mais agradáveis com o
intuito de fazer com que a aprendizagem torne-se algo fascinante. Além disso,
as atividades lúdicas podem ser consideradas como uma estratégia que estimula o
raciocínio, levando o aluno a enfrentar situações conflitantes relacionadas com
o seu cotidiano. Para Piaget (1964) a criança constrói mentalmente o seu
conhecimento através das ações.
Deste modo, é
percebível que os jogos não constituem a aprendizagem em si, mas é um excelente
meio que permite o diagnóstico, a intervenção e até mesmo a transmissão de
conteúdos conceituais e procedimentais sem que os alunos percebam.
Portanto, acredita-se
que através de jogos é possível desenvolver o conhecimento matemático, onde o
educando possa interagir com esse conhecimento, uma vez que constituem também
um meio de transmitir mensagens capazes de resgatar a autoestima, os valores
como solidariedade, responsabilidade, disciplina, autoconfiança, autoaceitação,
tolerância, concentração e alegria, podendo com isso levar os educandos a mudar
de atitude em relação à matemática.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O
projeto de intervenção “Redescobrindo as Quatro Operações Brincando” nos proporcionou uma
experiência de grande valia em sala de
aula, pois, tivemos a oportunidade de atuar como docente, podendo observar a verdadeira realidade quanto a
educação dos alunos nas escolas públicas
do município. Educar não é só mediar conhecimento, educar é saber inserir dentro da sala de aula
a vida do seu aluno , é ser criativo , é construir práticas inovadoras que venham solucionar as dificuldades dos alunos.
Com
isso, Percebe-se que é preciso ir a busca de novas
metodologias para atuar em sala de aula, buscando a participação e
principalmente interesse dos alunos pela Matemática, de forma que venham ter
prazer em estudar a disciplina, que por muitos é vista como um grande desafio.
Durante todo processo de construção do conhecimento matemático envolvendo as
quatro operações, percebemos que práticas inovadoras, como aplicação de jogos e
o uso de situação problemas direcionadas a realidade os alunos foi importantíssima
para o desenvolvimento de suas capacidades cognitivas.
Assim,
faz-se necessário intensificar essas metodologias de ensino que são importantes
para o aprendizado dos alunos, em que o estímulo e interesse pelas aulas de
Matemática passam a ser mais prazerosa e caritativa. Dessa forma, percebe-se que as atividades mediadas serviram para
contribuir de maneira positiva na construção do conhecimento e na autoconfiança
dos alunos.
REFERÊNCIA
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