ATIVIDADES LÚDICAS
NO ENSINO E APRENDIZAGEM DAS QUATRO OPERAÇÕES MATEMÁTICAS
Izamara de Freitas
Pereira
Licenciando em Matemática – Universidade do
Estado da Bahia
Joana do
Nascimento Porto Neta
Licenciando em Matemática – Universidade do
Estado da Bahia
Juliana Ribeiro Barbosa
Licenciando em Matemática – Universidade do
Estado da Bahia
Ueliton Almeida
Licenciando em Matemática – Universidade do
Estado da Bahia
Resumo
O nosso projeto de intervenção trata da
aprendizagem das quatro operações básicas com ênfase na aplicação de atividades
lúdicas. Foi realizado em uma escola pública da cidade
de Barreiras, com um turma do ensino fundamental II, através do PIBID- Programa
Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência. Inicialmente, observamos que os
alunos apresentavam dificuldades no trato com os algoritmos destas operações.
Com isso, vimos à necessidade de dinamizar o pensamento independente e coletivo
com a capacidade de resolver as quatro operações através de cálculos mentais e,
também, de estratégias didático-pedagógicas facilitadoras, na perspectiva de
que os alunos compreendessem a constituição dos algoritmos da adição,
subtração, multiplicação e divisão. Percebemos que as aulas com a utilização de
atividades dinâmicas como: jogos, vídeos e gincanas facilitam a aprendizagem do
aluno e tornam as aulas mais dinâmicas e prazerosas. Esta experiência foi de
grande valia para as pesquisadoras, porque permitiu a experimentação em sala de
aula de possibilidades de utilização de materiais e recursos criados ou implementados por nós, futuras docentes da disciplina
Matemática, durante a nossa investigação e de acordo com as necessidades da
turma ora pesquisada.
Palavras-Chaves: Ludicidade,
Aprendizagem, Operações Matemática.
.
INTRODUÇÃO
A
aprendizagem das quatro operações e o raciocínio lógico matemático deve partir
de estratégias significativas que dinamizam as aprendizagens de conteúdos
conceituais, atitudinais e procedimentais em uma visão de construção de
conhecimentos.
Segundo
Borin (1996), ao se trabalhar com jogos nas aulas de
matemática devem ser feitas algumas considerações: questionar sempre: quando,
por que e para que estamos propondo jogos; não querer transformar tudo em
jogos, pois o objetivo não é ensinar os alunos a jogarem, mas mantê-los
mentalmente ativos; ver o jogo como uma das muitas estratégias de ensino, pois
o lúdico não necessariamente é um jogo.
A
prática de jogos em sala de aula tem como objetivo ser mais um instrumento de
apoio contribuindo para desenvolvimentos de competências e habilidades
necessárias para o melhor desempenho da conquista e o do sucesso escolar do
aluno.
FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA
A implantação de jogos de matemática vem se
tornando um recurso de aprendizagem que instiga o aluno a desenvolver o raciocínio
lógico de forma descontraída, ou seja, o aluno aprende através de atividades
lúdicas. Atividades essas, que para o mesmo, é um momento de interação,
socialização com os colegas, um momento de brincadeira, um momento prazeroso,
onde muda a concepção na visão do aluno de que a disciplina de matemática é uma
disciplina chata e difícil de aprender.
Na concepção dos escritores Kami
e Declark (1994, p. 169), os “jogos em grupo fornecem
caminhos para um jogo estruturado no qual eles [os alunos] são intrinsecamente
motivados a pensar e a lembrar as combinações
numéricas”. Através dessa atividade
diferenciada, ou seja, o jogo, uma atividade que pode ser aplicada
individualmente ou em grupo, esta ultima opção proporciona aos alunos
autonomia, sendo que os mesmos muitos das vezes decidem com quem vão jogar e
não podemos nos esquecer da socialização que a mesma proporciona.
Outro
motivo para a introdução de jogos nas aulas de matemática é a possibilidade de
diminuir bloqueios apresentados por muitos de nossos alunos que temem a
Matemática e sentem-se incapacitados para aprendê-la. Dentro da situação de
jogo, onde é impossível uma atitude passiva e a motivação é grande, notamos
que, ao mesmo tempo em que estes alunos falam Matemática, apresentam também um
melhor desempenho e atitudes mais positivas frente a seus processos de
aprendizagem. (BORIN.1996, p. 45)
Como
toda atividade que requer um retorno positivo, a utilização de jogos nas aulas
de matemática, precisa ser planejada, tendo o professor consciência que esse
recurso não é uma mera brincadeira ou apenas um momento de distração, e sim uma
maneira diferenciada de trabalhar a disciplina, usando melhor a aprendizagem
dos educados.
Segundo Malba Tahan,
1968, “para que jogos produzam os efeitos desejados é preciso que sejam de
certa forma, dirigidos pelos educadores”. Diante
da afirmação do autor, fica nítido que para que haja o sucesso e retorno
positivo com a aplicação dos jogos, é necessário que o professor desperte no
aluno a vontade de realizar a atividade, sem perder a magia do lúdico, para que
isso aconteça, o mesmo precisa orientar os educandos de forma que consiga
atingir os objetivos planejados para a atividade.
Huizinga (1996, p.33) afirma que o jogo é uma
atividade ou uma ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados
limites, dotados de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão
e de alegria e de uma consciência de ser diferente da vida cotidiana.
Na
visão de Vygotsky, o jogo é visto como um conhecimento feito ou se fazendo, que
se encontra impregnado do conteúdo cultural que emana da própria atividade.
Através das linhas de pensamentos
dos dois autores citados nos dois últimos parágrafos, fica nítida que a
aprendizagem através de jogos, é uma atividade que favorece a construção do
conhecimento, onde o indivíduo aprende se divertindo.
RELATO DE EXPERIÊNCIA
A educação em sala de aula será melhor
compreendida pelos alunos se estiver ligada a situações do seu cotidiano. Pois
envolvendo os alunos em problemas do seu dia-a-dia facilitará sua compreensão,
e isso contribui na sua aprendizagem.
Sabemos que o uso do material lúdico ajuda na
melhor compreensão das quatro operações e vendo que as dificuldades dos alunos
podem ser sanadas com o uso do mesmo.
Serão realizadas
oficinas de jogos: elaboração de uma mini gincana
interna dentro da sala aula, usando a brincadeira em grupo para ensinar a
matemática de maneira mais dinâmica. A turma será dividida em duas equipes e as
mesmas participarão de “provas”, das quais será analisado o desempenho de cada
equipe e a pontuação será acumulativa e no final a equipe vencedora ganhará uma
premiação simbólica.
Pré-teste – Foi aplicado um pré-teste com intuito de fixar os
conteúdos para que haja um bom desempenho na aplicação dos jogos.
Revisão das quatro operações com
uso da tabuada – Foi feita uma aula
expositiva utilizando a tabuada, onde se trabalhou as
quatro operações, possibilitando a identificação do grau de dificuldades dos
alunos.
Jogo de Xadrez – Aula
expositiva explicando o nome e os movimentos das peças e em seguida os alunos
aprenderam a jogar.
Basquete das quatro operações. Os
alunos foram divididos em duas equipes, onde eram feitas perguntas, nas quais
foram respondidas com sucesso. Em seguida a bola era arremessada com o objetivo
de acertar a cesta. Ao término do jogo, alguns dos alunos conversavam e
comentaram que conseguiram compreender os conceitos das quatro operações.
Dominó das operações matemáticas - A turma foi divida em grupos de 4
pessoas, onde cada participante recebeu 7 peças e iniciou-se o jogo. Com a
aplicação desse jogo foi possível desenvolver o raciocínio mental dos alunos,
de maneira que eles fixassem as quatro operações.
Bingo das operações - Os alunos receberam uma cartela enumerando-a aleatoriamente
de 1 a 35. O objetivo do jogo foi desenvolver cálculo mental e fixar a tabuada. Foi percebido que ao trabalhar em
equipe, o desenvolvimento dos alunos é melhor que individualmente.
Jogo do Ligeirinho – Teve
como objetivo despertar a agilidade e instigar a curiosidade quanto às quatro
operações, fazendo com que os alunos criem estratégias para resolverem as
questões propostas. Nesse jogo, apesar da dispersão, os alunos participaram e
obtiveram êxito.
Jogo da Memória – Resolver e reconhecer as multiplicações através do
jogo. Por se tratar da multiplicação, os alunos tiveram certa resistência em
participar do jogo. A partir disso, houve um momento de conversa entre
monitores e alunos, onde foi falado que sem tentativas não se consegue nada, e
que eles eram capazes de conseguir. Eles jogaram e conseguiram.
Jogo da trilha com as operações
matemáticas – Foi percebida uma grande dificuldade dos
alunos em relação à interpretação das situações problema. Apesar disso, eles se
propuseram a jogar e no decorrer do jogo percebeu-se uma melhora significativa.
Aplicação do pós-teste e esclarecer as dúvidas dos
alunos - O
pós-teste foi aplicado e analisado. Observou-se então uma melhora significativa
na aprendizagem das 4 operações.
Referências
BORIN, J. Jogos
e resolução de problemas:
uma estratégia para as aulas de matemática. São Paulo: IME-USP;
1996.
BRASIL. Ministério
da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais para o documento matemática. Brasília: MEC/SEF, 1997.
MARQUES, Gilberto. gilbertomarques.unblog.com.br/337336/a–lucidadeno-ensino-aprendisagem-matematica
/GMCmatemático.
MEC.Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática/ Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1997.
MOURA, M. O. de. A construção do signo numérico em situação
de ensino. São Paulo: USP, 1991.
TAHAN, M. O homem que calculava. Rio de
Janeiro: Record,1968.
www.mat.ibilce.unesp.br/laboratorio/pages/jogos/domino_operacoes.htm; acessado em
22/08/2014.