Diálogos Emancipatórios - Regimes de interaçao em aprendizagens mediadas
Resumo
Torna-se cada vez mais imperioso buscar recursos potencializadores da aprendizagem articulados na ação e na tomada de decisão de docentes e discentes no transcurso dos discursos da aula. Esta busca faz com que o olhar se dirija para os atores e as relações que compõem as cenas pedagógicas. Neste contexto as interações sociais estabelecidas por meio delas e os textos semiotizados nas aulas passam a jogar um papel crucial na compreensão e na construção do fazer pedagógico. A sala de aula é um espaço geneticamente interacional e a mediação formal das aprendizagens é intencionalmente planejada para intervir na construção de idiossincráticos conhecimentos. A interação mediada na aula surge como lugar de produção dos sentidos e dos sujeitos, posto que os sentidos se reconstroem a cada mediação, assim como os sujeitos. Eric Landowski discute os modos como os sujeitos constroem relações e trata das interações. Nesta perspectiva propõe os regimes de interação e os princípios de relação que os sustentam. Os regimes de programação, manipulação, ajuste e acidente são, respectivamente, dinamizados pelos princípios de regularidade, intencionalidade, reciprocidade e imprevisibilidade. Aprender aqui requer a assunção da presença do(s) outro(s). Acima e além do encontro com os sujeitos corporificados no espaço físico está a miríade de outros e outras que ecoam na dialógica interação mediada. O trabalho reflete sobre relações entre os regimes de interação e a construção de aprendizagens emancipatórias tomando como subsídio teórico a sociossemiótica de Landowski, a racionalidade dialógica, concretizada nos Círculos de Cultura Freiriano e as interações mediadas.