A participação das crianças na política para a primeira infância
DOI:
https://doi.org/10.36112/issn2595-1890.v3i1.p40-50Palavras-chave:
Infância, Crianças, Participação, Políticas PúblicasResumo
Que espaço público as crianças desejam? Quais as possibilidades de participação das crianças na elaboração de políticas para a primeira infância? Estas são as questões discutidas neste texto. A partir da análise dos modos de participação das crianças na elaboração do Plano Municipal pela primeira infância no município de Guanambi - Bahia, e do estudo de documentos e produções teóricas sobre participação infantil, buscamos refletir sobre os desafios da inclusão das crianças nas decisões políticas. O direito à participação é uma construção da política internacional para a infância, que afirma a necessidade de “ouvir” as crianças em assuntos que lhes dizem respeito. A prerrogativa da escuta encontra, no entanto, desafios metodológicos, além dos paradoxos discutidos por vários autores (QVORTRUP, 2010; HART, 1993) acerca do que pode ser considerado participação das crianças. No caso da escuta das crianças que será apresentada no decorrer do texto, adotamos dispositivos de geração de dados inspirados na abordagem do Mosaico (CLARK et al, 2008). Foram utilizadas projeção de imagens, narrativas orais, montagem com blocos, desenhos, rodas de conversas e excursões com narrativas fílmicas. Os dados evidenciam que as crianças apontam perspectivas de mudanças no espaço público, principalmente naqueles em que transitam diariamente. As prioridades expressas nas narrativas remetem a espaços com campo de futebol gramado, brincadeiras nas escolas, hospital alegre e colorido, ruas com brinquedos e preservação da natureza, e desafiam o plano vigente, que enfatiza necessidades básicas relativas à assistência social, educação e saúde.
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