MAQUETE-CENOGRÁFICA: POTENCIALIZANDO O CONCEITO DE LUGAR E RECONHECENDO OS VALORES CULTURAIS DOS EDUCANDOS
Palavras-chave:
Arte-educação, Valores Culturais, Cenografia na educaçãoResumo
O estudo em questão, realizado em 2016 nas aulas de Teatro, contemplou os eixos de Linguagens e Humanas na Escola Municipal Governador Roberto Santos – Robertinho – situada no bairro do Cabula, Salvador – BA. Teve como intenção principal investigar o processo de reconhecimento do bairro e das comunidades locais na apropriação dos valores culturais do educando e no desenvolvimento do sentimento de pertencimento deste. Compreendemos que a prática pedagógica, sobretudo a teatral,no ensino fundamental deve ocorrer a partir de vivências ofertadas pela escola que contribuam para o crescimento global do estudante, estimulando, essencialmente, aspectos como a capacidade expressiva individual e coletiva, o diálogo, respeito mútuo, aceitação das múltiplas diferenças, entre outros aspectos. Além de favorecer o desenvolvimento de dimensões cognitivas e sociais do educando, o ensino de Teatro também deve servir como disparador poético – estímulo – para a realização e conhecimento das mais diversas práticas culturais. Partindo desse pressuposto, em 2016, no processo de construção da I Feira Cultural do Robertinho cujo o tema foi “Do Kabula ao Cabula: Olhares diversos, diversos olhares”, construímos com os educandos do 5º ano do ensino fundamental maquetes-cenográficas do bairro em questão alicerçada na investigação de três aspectos fundamentais: a história do bairro (passado), as situações sociais e culturais do cotidiano (presente) e possíveis ações de melhoria ou projeções desejosas (futuro). A maquete é um modelo de representação visual posto em uma reduzida escala que retrata objetos, uma estrutura arquitetônica ou de engenharia, espaços, entre outros. A cenografia, por sua vez, é um elemento visual do Teatro e tem como função principal organizar o espaço cênico, local onde são encenadas as ações dramáticas; parte importante do espetáculo na medida que ambientaliza e orna o tempo/espaço potencializando o imaginário da plateia,aproximando-a da representação. Os dois conceitos fundiram-se nesse estudo e permitiram o ‘binômio’ maquete-cenográfica. Essa, mais que uma representação ambientalizada de um único espaço delimitado, favoreceu, nessa proposta, a retratação dos múltiplos lugares do bairro onde estavam inseridos os educandos, tal reprodução enquanto cenografia buscou mostrar detalhes de aspectos sociais, políticos e culturais importantes no entendimento e na apropriação do bairro enquanto território identitário. Esse estudo sob o prisma da abordagem pode ser considerado qualitativo, foi aplicado a partir de uma pesquisa bibliográfica, para conhecimento da história do bairro, e posteriormente desenvolveu-se numa pesquisa etnográfica, na observação e investigação do comportamento social dos moradores da comunidade local. A vida e o cotidiano ganharam o status de drama, os moradores do bairro e os transeuntes passaram a ser vistos como personagens e os espaços foram representados cenograficamente por objetos recicláveis – caixas de creme dental, rolos de papel higiênico, caixa de sabonete, entre outros materiais deram lugar aos barracos, apartamentos, pontos de ônibus, lagos, árvores e etc. –revelando os sujeitos, bem como suas crenças, seus medos, seu passado, suas diversões, seus prazeres, suas projeções para o futuro. Os resultados evidenciaram que essa ação didática pode ser construída processualmente servindo como espaço artístico-cênico de denúncias e como apreensão simbólica da identidade local.Downloads
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Publicado
2017-11-16
Edição
Seção
TIC, educação cartográfica e memória
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