EDUCAÇÃO GEOGRÁFICA E LINGUAGEM MUSICAL EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES: O ENSINO DE CIDADE E URBANO NA ASSOCIAÇÃO DE CATADORES DE RESÍDUOS DO RECÔNCAVO (ACRB)

Autores

  • MATHEUS DA SILA RIBEIRO
  • ALANE SANTOS DO NASCIMENTO
  • EDMARE CORREIA DOS SANTOS

Palavras-chave:

Ensino, Música, Geografia

Resumo

A atuação dos professores de Geografia em formação em espaços não escolares é de grande importância para concepção do ensino aprendizagem, uma vez que o licenciando sai do espaço da escola e da universidade e leva seu conhecimento para a comunidade que abrange uma diversidade de público, promovendo um diálogo com os temas explícitos da Geografia, que são associados com a realidade e cotidiano do público. No curso de geografia da Universidade do Estado da Bahia - campus Santo Antônio de Jesus – uma das etapas do estágio é promover o diálogo com a comunidade, assim este trabalho qualitativo se estrutura a partir das vivencias e experiências do Estágio Diversificado II - espaços não escolares, no qual fizemos o uso da linguagem musical para ensinar sobre cidade e urbano na Associação de Catadores do Recôncavo (ACRB). Em nosso estágio foi possível dialogar a geografia com a prática cotidiana dos associados em Santo Antônio de Jesus-BA. Por meio da música desenvolvemos novas discussões que foram bastante significativas e participativas. As canções foram utilizadas para reforçar um conteúdo trabalhado e iniciar os debates, criando assim um ambiente mais descontraído, onde os associados se sentiam instigados pela nossa proposta de atividade. Se sentiam mais seguros para expor suas ideias sobre os diversos assuntos, principalmente relacionados as temáticas: a cidade, o urbano, segregação, poluição, pobreza, política e lugares de nossa cidade que foi lócus, onde todos os conteúdos eram contextualizados. Em um dos momentos utilizamos o Hino “Cidade das Flores” gerador para a discussão sobre a urbanização e a educação ambiental em nossa cidade, a partir das informações trazidas pelos ouvintes, nós inseríamos as discussões geográficas. Discutimos o crescimento da cidade de Santo Antônio de Jesus, que se estabeleceu como polo comercial no cenário do Recôncavo, porém sem se preocupar com a qualidade de vida da população. Já por meio da música “Firme e Forte” de Psirico, discutimos sobre as construções em áreas de risco, os deslizamentos de terra e a ineficiência das políticas públicas assistencialistas para as pessoas que habitam nessas áreas. Contudo, com o estágio em espaços não escolares, foi possível compreender a importância do professor em formação vivenciar esse momento com a comunidade, uma vez que, promovemos o conhecimento geográfico por meio das práticas cotidianas. Diante das atribuições, referentes a oficina de estágio em espaços não escolares, compreende-se a importância do discente licenciando em geografia vivenciar esse momento com a comunidade, pois aprendemos e ensinamos com o cotidiano do outro, como ocorreu em nosso estagio. Mesmo a turma sendo mista, com pessoas de várias idades e níveis de escolaridade, o ensino e aprendizagem foi evidenciado, tanto acadêmico – geográfico, quanto a questão do cooperativismo, da organização, valores e principalmente a riqueza que cada pessoa traz consigo. A maior satisfação para nós como professores em formação, é saber que contribuímos de forma satisfatória e intervencionista na construção do conhecimento daquelas pessoas, quando saímos da formalidade da escola e universidade com uma forma inovadora de ensinar e aprender geografia com música.

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Publicado

2017-11-16

Edição

Seção

Educação científica e as dinâmicas socioespaciais