A OCUPAÇÃO URBANA EM ÁREAS DE MANGUEZAIS NA COMUNIDADE DA GRACIOSA EM TAPEROÁ-BA

Autores

  • WILLIAN ANDERSON ROSA CAMPOS
  • ROSÂNGELA PATRICIA DE SOUSA MOREIRA

Palavras-chave:

Manguezal, Moradia, Vulnerabilidade

Resumo

O manguezal é um ecossistema costeiro que fica em transição entre a terra e o mar, em regiões tropicais e subtropicais do mundo, existem apenas três espécies de manguezais, o mangue vermelho, o mangue preto e o mangue branco. O Brasil apresenta a maior área de manguezal do mundo com cerca de 25,000 km² de 100,000 km², abrigando assim, uma fauna bastante diversificada representada por molusco, crustáceos, anfíbios, mariscos e mamíferos gerando uma fonte de renda com a captura e venda dessas espécies. A presente investigação acontece na comunidade da Graciosa, localizada no Baixo Sul da Bahia, exatamente na divisa entre as cidades de Valença e Taperoá. Contudo, a comunidade está geograficamente, situada no final da cidade de Taperoá, havendo uma separação entre um pequeno povoado que pertence a outra cidade de Valença. Porém, toda demanda como estudo, trabalho, compras ou pagamento de dívida, é feita na cidade vizinha, visto que o centro de Taperoá fica muito distante. Cabe ressaltar que Graciosa é uma das 53 (cinquenta e três) comunidades remanescentes de quilombolas da Bahia, as quais já foram certificadas pela Fundação Cultural Palmares (FPC), que luta para manter os costumes e cultura dos seus antepassados, pelos seus direitos como povos desprovidos no passado. A localidade tem sua economia baseada na pesca e mariscagem de espécies como aratu, caranguejo, siri, ostra, camarão e peixes. Os pescados de maior destaque estão entre o robalo, tainha e pescada. Além de abrigar uma fauna exuberante, a comunidade abriga também uma quantidade significativa de pessoas onde, na verdade, deveria estar sendo preservado o seu mangue, o qual foi em vários pontos distintos, entulhado para construção de moradias. Com o processo de urbanização acelerado, as cidades acabam crescendo e assim várias famílias em vulnerabilidade socioeconômica, por não ter acesso a moradia e sustentabilidade de seus entes, acabam adentrando nos manguezais, mudando a paisagem natural, contribuindo para degradação do solo, do rio e para o sumiço de algumas espécies marinhas, além das condições precárias de muitas construções ali feitas, pois com falta de saneamento básico, todos os detritos ganham como destino a maré. Em vista ao exposto, esse estudo tem como objetivo central compreender quais reais motivações levaram alguns moradores da comunidade da Graciosa erguerem algumas casas sobre áreas de manguezais ou proximidades. Logo, considerando a complexidade dos fatores envolvidos na problemática abordada, esse estudo terá como meios metodológicos para realização do trabalho, leituras de artigos para compreensão do problema. Outros métodos serão a aplicação de questionários e entrevistas de modo quantitativo e qualitativo, como instrumento de auxílio para a coleta de dados para pesquisa, além de registro de imagens, para a materialização do estudo. Então, para alcançar o resultado esperado, será ainda necessário elencar os motivos de algumas pessoas da comunidade da Graciosa estarem fazendo sua casa em cima do ecossistema manguezal, enaltecer a importância do mangue para o equilíbrio ambiental e para os moradores do povoado, e assim, verificar o processo de formação de moradias nessas áreas. Tendo em vista as problemáticas citadas, com o início dessa pesquisa científica, pondera-se a concluir quais os reais problemas acarretaram os moradores desses imóveis estarem sobre uma área sensível, causando a degradação do meio ambiente e a poluição visual, sabendo que é totalmente importante para esses moradores e para preservação dos manguezais na comunidade da Graciosa.

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Publicado

2019-12-26

Edição

Seção

RÁDIO – Lugar e dinâmicas socioespaciais