A FÉ, AS REZAS E AS ERVAS EM TAPEROÁ-BA
Palavras-chave:
Fé, Ancestralidade, Medicina TradicionalResumo
As rezadeiras possuem sua dinâmica de vida em comunidades tradicionais e em espaços rurais, tendo como instrumento a utilização das folhas medicinais: a aroeira, aluman e “folha de toda dor” que servem para febre como também para dor de dente, assim como o corana, que é utilizado na reza, e na remoção de pragas como pulga, a folha da cidreira que ajuda no relaxamento assim como do capim santo. E ainda temos da mesma forma, exemplos como o alecrim que auxilia no tratamento da depressão, e assa peixe, utilizada para questões como pneumonia e dor no estômago. Há também cultura dos banhos de folha ou flores que afastam o mal olhado, utilizando o jasmim da vargem, arruda, alecrim, fedegoso, pião roxo, carqueja, vassourinha santa, patchouli, espada de Ogum, manjericão e aroeira. Em vista disso, esta pesquisa objetiva mostrar a eficiência para fins medicinais contrastando com a história do local. Usando como objetivos específicos a identificação das ervas existentes no local, a análise da procura por partes dos moradores e ressaltar a relação de identidade por parte dos moradores. Sendo assim, percebe-se que as folhas são de grande importância para a saúde, sobretudo, aquelas ervas consideradas apropriadas para chás, sendo utilizadas principalmente no dia a dia das pessoas que residem em espaços rurais, por não ter muito acesso ou recursos financeiros relacionados a farmácias. Vale ressaltar o poder das folhas para a medicina tradicional, sendo utilizadas pela sociedade, antes mesmo de se tornar urbana, servindo de base para classificação e desenvolvimento da própria medicina moderna, ou seja, o uso das folhas se configura como protagonista em todo o processo na busca da cura de enfermidades, tendo a prática da reza, dos chás e da efusão para banhos como verdadeiras vertentes. No mundo contemporâneo, mesmo com o avanço da ciência e tecnologia, é perceptível a obstinação dos costumes e saberes sobre a crença nas folhas. Quem nunca tomou recorreu a um chá de boldo para findar com a dor, ou mesmo buscou o sumo de mastruz para curar uma gripe? Qual a importância das folhas medicinais para o cotidiano dos taperoenses? Esses questionamentos podem ser respondidos historicamente pelos indígenas e negros que recorriam ao poder das folhas, como uma ferramenta medicinal e religiosa segundo o depoimento de alguns pesquisadores antropológicos, que também ressalta que essa prática proporciona um desenvolvimento do “saber médico”, muito importante para o contexto da atualidade. Mesmo assim, a medicina mais avançada pode acarretar na perda desta atividade, com os remédios de eficácia mais rápida, causando uma menor procura pela ervas. Desta maneira, existe um temor que com os avanços na área da saúde, podem acarretar na diminuição ou extinção desta prática milenar realizada e ensinada pelas rezadeiras e pessoas mais velhas. Para tanto, a metodologia que será aplicada utilizará o conhecimento empírico, com a ajuda dos questionários, o auxílio de artigos científicos para melhor embasamento das discussões propostas, bem como o registro de imagens. Com os resultados preliminares, é perceptível observar que as folhas, mesmo na atualidade, são utilizadas em qualquer campo, seja religioso, medicinal ou espiritual, reafirmando sua relevância para a sociedade. Restando apenas catalogar quais são as ervas manuseadas neste meio, sobretudo no distrito de Graciosa que é uma comunidade quilombola e pesqueira, e Camuruji, onde está o balneário do município, localizada em Taperoá, município do Baixo Sul da Bahia.Downloads
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Publicado
2019-12-26
Edição
Seção
RÁDIO – História e memória
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