TY - JOUR AU - Silva, Américo Junior Nunes da AU - Vieira, André Ricardo Lucas PY - 2021/12/29 Y2 - 2024/03/29 TI - Revista Baiana de Educação Matemática: Relatos de pesquisas e experiências que se desenvolveram em tempos de pandemia JF - Revista Baiana de Educação Matemática JA - RBEM VL - 2 IS - 01 SE - Editorial DO - 10.47207/rbem.v2i01.13399 UR - https://revistas.uneb.br/index.php/baeducmatematica/article/view/13399 SP - e202100a AB - <p>Com grande alegria o volume dois da Revista Baiana de Educação Matemática foi publicado. Ainda vivenciando, em certa medida, o distanciamento social em virtude da pandemia do Novo Coronavírus, este espaço compartilha com seus leitores resultados de investigações científicas realizadas no campo da Educação Matemática.</p><p>É nesta perspectiva que compreendemos que o debate científico que será suscitado a partir dos textos aqui publicados possibilitará a construção de novos conhecimentos para a área da Educação Matemática. Para além disso, os artigos que compõem este volume tiveram como foco o professor que ensina Matemática, sua formação, a realidade e cultura escolar e o ensino e aprendizagem dessa ciência evidenciando uma pluralidade de referenciais teóricos e metodológicos que contribuem para, na nossa área, o fortalecimento da pesquisa.</p><p>Vale ressaltar ainda que ao longo deste ano publicamos um dossiê temático intitulado <strong>O Estágio Curricular Supervisionado em Matemática nos contextos de ensino presencial, remoto e híbrido</strong> que foi organizado pelo <em>Prof. Dr. Dario Fiorentini</em> da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), <em>Prof.ª Dr.ª Regina da Silva Pina Neves</em> da Universidade de Brasília (UnB) e pela <em>Prof.ª Dr.ª Maria Dalvirene Braga</em>, também da Universidade de Brasília (UnB). Esse trabalho contou ainda com o auxílio do editor chefe desta revista, o <em>Prof. Dr. Américo Junior Nunes da Silva</em> e o editor assistente <em>Prof. Me. André Ricardo Lucas Vieira</em>.</p><p>Fiorentini <em>et al</em> (2021, p. 01) destacam no editorial que “o dossiê temático teve como objeto de estudo o Estágio Curricular Supervisionado em Matemática. O referido dossiê teve seu desenvolvimento em diferentes contextos de ensino presencial, remoto e híbrido, totalizando 26 trabalhos, sendo dezenove (19) Artigos e sete (07) Relatos de Experiência. Esses estudos foram produzidos por pesquisadores e pesquisadoras de instituições públicas e privadas, provenientes de todas as regiões do país”.</p><p>No que tange ao fluxo contínuo da revista, publicamos oito (08) Artigos e (01) Relato de Experiência. O primeiro texto, intitulado “<strong>Influências do Estágio Supervisionado para professores de Matemática em início de carreira</strong>”<strong>,</strong> busca compreender escolhas e características das escolas-campo. De autoria de <em>Ulisses Dias da Silva</em> e <em>Ana Teresa de Carvalho Correa de Oliveira</em>, se propõe a investigar as influências do estágio curricular supervisionado obrigatório para professores no início de suas carreiras. Esta pesquisa, que é um recorte de uma tese de doutorado, foi desenvolvida com vinte sujeitos e organizada em seis categorias, a saber: a escola, o estágio acontecendo, as relações construídas, os sentidos construídos pelos sujeitos e o passado no presente. Os autores destacam que os estágios divergem significativamente de instituição para instituição. Apontam que as escolas-campo mais preparadas e com maior acompanhamento possuem impactos mais significativos. E por fim, afirmam que é preciso investir em uma maior integração do estágio ao currículo da licenciatura para melhores resultados formativos.</p><p><em>Clarissa Raimundo de Ataide</em> e <em>Walber Christiano Lima da Costa</em> objetivaram no texto, intitulado “<strong>Formação de Professores</strong>: <strong>o estado do conhecimento no ensino de fração para estudantes surdos</strong>”, conhecer o panorama das pesquisas que trazem a formação de professores para o ensino de fração com estudantes surdos.&nbsp;Os autores apontam para a utilização da Língua Brasileira de Sinais (Libras) como um fator importante no ensino de fração no contexto dos anos iniciais dos estudantes surdos, visando à inclusão deste público.</p><p>“<strong>Entendimentos de professores que ensinam matemática sobre a relação entre jogo e raciocínio lógico</strong>”, terceiro artigo deste volume e de autoria das professoras <em>Renaura Matos de Souza</em> e <em>Ilvanete dos Santos de Souza</em> e do professor <em>Reinaldo Feio Lima</em>, buscou responder ao questionamento de como professores que ensinam matemática, nos Anos Finais do Ensino Fundamental, na rede municipal de Barreiras-BA, entendem os jogos matemáticos como instrumento de desenvolvimento do raciocínio lógico. Neste sentido, os autores destacam que foram abordadas questões que remetem ao ensino de matemática e relacionadas às dificuldades recorrentemente encontradas no processo de ensino e aprendizagem, as práticas metodológicas adotadas em suas aulas, o conceito de jogo e raciocínio lógico, dentre outros.</p><p>O quarto texto “<strong>Depoimentos de alunos concluintes de uma licenciatura sobre o processo de ensino e aprendizagem</strong>”, de autoria de <em>Pedro Lucio Barboza</em>, investiga as concepções de alunos concluintes de um curso de licenciatura em matemática sobre o processo de ensino e aprendizagem em diversos níveis de ensino. Nesta perspectiva, o autor, afirma que a maneira e a forma de como caracterizar o ensino para ocorrer a aprendizagem se constitui em um desafio que se encontra em aberto.</p><p><em>Edel Alexandre Silva Pontes</em> intenciona no texto “<strong>Noção intuitiva no ato de ensinar e aprender matemática por meio de uma atividade de ensino de sistemas lineares com coeficientes positivos</strong>”, ressignificar um modelo escolar com responsabilidade pedagógica, alocando o educando como ator de suas aprendizagens, um investigador crítico e conectado com suas realidades e atributos. Assim, o autor parte da concepção de que as dificuldades na compreensão de conceitos matemáticos na Educação Básica são evidentes no desempenho escolar dos educandos, especialmente pelas propostas educacionais suplantadas e que não conseguem aproximar nenhum interesse do aprendiz pelos conteúdos recomendados. E por fim, deixa claro que seu objetivo é afrontar as inquietudes de pesquisadores da Educação Matemática, estabelecendo três pressupostos indispensáveis para minimizar questionamentos sobre o ensino e aprendizagem de matemática, que são: Problema, Causa e Paradigma.</p><p>“<strong>Dramatemática</strong><strong>: Teatro e Matemática</strong>”, sexto artigo desse volume e de autoria de <em>Vinícius Borovoy de Sant’ana </em>e <em>Maria Beatriz Porto</em>, articula o Teatro com a Educação Matemática a partir da elaboração de um curso de extensão. Visando o desenvolvimento da pesquisa, os autores procuraram responder ao seguinte questionamento: Como a articulação do Teatro e da Matemática, a partir dos jogos teatrais e/ou dramáticos, pode contribuir para a formação de professores de Matemática atuantes nos anos iniciais? Buscando responder ao questionamento, foram aplicadas atividades de linguagem teatral e propostas situações nas quais a Matemática foi apresentada de forma viva e contextualizada.</p><p>No cenário educacional contemporâneo tem sido uma recorrência enveredar por discussões que considerem o ensino e a aprendizagem como processos que se transversalizam por uma educação contextualizada. Partindo dessa premissa <em>Fabrício Oliveira da Silva </em>e <em>Charles Maycon de Almeida Mota,</em> no texto “<strong>Trigonometrizando na roça: Implicações de uma Educação Matemática contextualizada</strong>”, apresentam uma reflexão embasada na experiência com o desenvolvimento de práticas docentes em espaços não formais com o intuito de vivenciar os processos de planejamento e avaliação referentes à área da Matemática, utilizando a contextualização de conteúdos para possibilitar aos estudantes, que moram em áreas rurais, uma experiência que desencadeie o desenvolvimento de uma aprendizagem significativa. O texto reflete os contextos da roça, evidenciando como isso pode ser potencializado como lócus para valorização de fazeres na docência que extrapolem os muros da escola e se ampliem pelos contextos de vida de seus estudantes.</p><p>O oitavo texto intitulado “<strong>Conhecimento matemático para o ensino através do Estado da Arte envolvendo Números Racionais em pesquisas brasileiras</strong>”, de autoria de <em>Paulo César Oliveira</em>, <em>Beatriz Zero</em> e <em>Reynaldo D’Alessandro Neto</em> teve por objetivo apresentar, a partir de um levantamento envolvendo teses e dissertações, como o referencial do Conhecimento Matemático para o Ensino foi mobilizado em investigações sobre números racionais. A busca foi efetivada em dois bancos de dados, a Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações e o Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES.</p><p><em>Gevando Lopes Santos </em>e <em>Américo Junior Nunes da Silva</em> objetivaram no texto intitulado “<strong>O Laboratório de Estudos e Pesquisas em Educação Matemática e a construção de material didático</strong><strong>: o “Semelhâmetro” e o ensino de semelhança de triângulos</strong>”, relatar a experiência que tiveram com o processo de criação e validação de um material didático nomeado “Semelhâmetro”, bem como apresentar suas características e passo a passo de sua utilização. Os autores destacam ainda que, esse material foi construído no Laboratório de Estudos e Pesquisas em Educação Matemática do Departamento de Educação da Universidade do Estado da Bahia,&nbsp;campus&nbsp;VII, e possibilita a realização de cálculos de distâncias sem a utilização de instrumentos de medidas, tais como fita métrica, trena, etc.</p><p>Esperamos com mais este número poder contribuir com o fomento das pesquisas no campo da Educação Matemática ampliando o diálogo entre os professores e pesquisadores. Assim, diante de toda essa apresentação, convidamos a você querido leitor a mergulhar conosco nas teias reflexivas desses escritos a fim de poder contribuir com novas pesquisas e desta forma amplificar os estudos e consequentemente o conhecimento na área da Educação Matemática.</p><p>Boa leitura!</p> ER -