Seção Livre

BABEL, Alagoinhas - BA, 2022, v. 12: e13843.

NHATUVE, Diocleciano; CHIKWANGURA, Yemurai. Provérbios: tradução e aprendizagem na sala de língua estrangeira.Babel: Revista Eletrônica de Línguas e Literaturas Estrangeiras, 2022, v. 12, e13843.

Provérbios: tradução e aprendizagem na sala de língua estrangeira

Proverbs: translation and learning in foreign language class

Diocleciano Nhatuve
Yemurai Chikwangura

Resumo: O objetivo deste artigo é identificar as estratégias a que, os indivíduos aprendendo língua estrangeira, recorrem para a tradução e uso de expressões proverbiais da sua língua materna e o contributo de tais estratégias para o desenvolvimento da competência comunicativa na língua de chegada. A base empírica é constituída por traduções de provérbios shona para o português e o alemão. Consideramos a ação do conhecimento linguístico prévio, a abordagem intercultural e a tradução pedagógica como fundamentos teóricos na base deste estudo. A análise de dados, conduzida com base na abordagem mista, indica que a paráfrase, a tradução literal e o uso de expressões equivalentes são estratégias usadas pelos nossos inquiridos, sendo que as primeiras duas são as de uso preferencial. Neste âmbito, as dificuldades do uso de provérbios equivalentes – dando lugar ao uso da estratégia de tradução palavra-por-palavra - é uma tendência que deve ser contornada, para promover o desenvolvimento da competência comunicativa na língua estrangeira.

Palavras-chave: Provérbios shona. Estratégias de tradução. Aprendizagem de português e alemão como línguas estrangeiras.

Abstract: This article aims to identify strategies used by learners of foreign languages to translate proverbs in their mother tongue and to identify the advantages of such strategies to develop communicative competency in the target language. Data comprises translations of Shona proverbs into Portuguese and German. Theories on the impact of previous linguistic knowledge, the intercultural approach and pedagogical translation enlighten this study. The study, based on qualitative and quantitative approaches, reveals that paraphrase, word-for-word translation and the use of equivalent proverbs are the strategies used by our target group, and the first two are of preferential use. However, difficulties to use equivalent proverbs and the use of word-for-word translation must be lessened to promote development of communicative competency in foreign language.

Keywords: Shona proverbs. Strategies of translation. Learning of Portuguese and German as foreign language.

Introdução

O ensino-aprendizagem das línguas estrangeiras (LE) é, hoje em dia, uma das prioridades da grande parte dos sistemas de ensino no mundo. O inglês, o alemão, o francês, o português, o chinês são algumas das línguas que atraem novos aprendentes e falantes. Vários estudos sobre o ensino-aprendizagem das LE, entretanto, têm revelado a necessidade de recurso a uma abordagem intercultural (cf. CHIKWANGURA; OKUNYA, 2018; BYRAM; HU, 2000; FENNES; HAPGOOD, 1997; PETERS, 2003, entre outros) para um desenvolvimento harmonioso de competências linguísticas e comunicativas.

Neste contexto, considerando os provérbios como textos folclóricos e a tradução pedagógica como uma das principais estratégias de ensino e de aprendizagem das LE, intentamos, com este artigo, identificar, em primeiro plano, as principais estratégias a que os aprendentes de português e de alemão recorrem para a expressão de conteúdo proverbial do shona - língua materna (LM) – no uso da LE. Em segundo plano, interessa-nos observar até que ponto as estratégias usadas para tal efeito (expressão e tradução de conteúdo proverbial do shona) promovem o desenvolvimento da competência intercultural e/ou (des)favorecem a aprendizagem das duas LE.

A escolha de tradução de provérbios da LM para a LE (e não da LE para a LM) justifica-se pelo facto de acreditarmos que o conhecimento folclórico (textos proverbiais) da LM – tendo em consideração a omnipresença da LM na aprendizagem de uma língua não materna – desempenha um papel no desenvolvimento de competências linguístico-comunicativas em LE.

Aliás, o aprendente de uma LE tem duas possibilidades iminentes de uso da língua alvo: usar a língua no seu país de origem com os seus concidadãos (com os quais partilha os mesmos aspetos socioculturais) ou com cidadãos estrangeiros; ou usar a LE no país onde esta língua é nativa. Isto tudo justifica a necessidade de uma abordagem intercultural no processo de ensino-aprendizagem de LE.

Acreditamos que a tradução, para além de ser uma das estratégias para o desenvolvimento de competências linguísticas (cf. LEFFA, 1988; BRANCO, 2009), é uma atividade que requer o tratamento de expressões linguísticas em consideração de aspetos culturais quer da língua de partida, quer da língua de chegada (GUTT, 2000; ALBIR, 1998). Neste contexto, esperamos que a identificação de aspetos (des)favoráveis para a abordagem intercultural – a partir da atividade de tradução de provérbios de uma LM para a LE - no âmbito da aprendizagem das duas LE permita o aperfeiçoamento das estratégias de ensino e de aprendizagem, por parte de docentes e discentes.

Estamos conscientes da grande discussão que se despoleta sobre a relevância da tradução, tendo em consideração as diversas teorias e metodologias de ensino das línguas não maternas. No entanto, acreditando na omnipresença da LM na aprendizagem da LE e na possibilidade de usar a tradução com fins pedagógicos e didáticos (tradução didática e pedagógica), achamos ser possível encontrar, no exercício de tradução por aprendentes de LE, estratégias que (des)favoreçam o processo de ensino-aprendizagem.

Em termos de base teórica, combinamos as teorias de aprendizagem das línguas não maternas com as de tradução. De uma forma específica, buscamos das teorias de aprendizagem das línguas não maternas a teoria sobre a ação do conhecimento linguístico prévio (CLP) no desenvolvimento de competências linguísticas. Este conhecimento é constituído por aspetos fonético-fonológicos, morfológicos, sintáticos e léxico-semânticos, necessários para os indivíduos usarem um determinado sistema linguístico (DUARTE, 2008). A ação deste CLP, embora seja mais expressiva em fases iniciais da aprendizagem das LE, pode ser observada em diferentes fases e em diferentes atividades de aprendizagem e uso da LE. À luz desta teoria, na tradução de provérbios shona para o português ou o alemão, esperamos observar como é que se manifesta o CLP nesta atividade específica.

Ainda no que concerne às teorias de aprendizagem das LE, consideramos, igualmente, a teoria sobre a necessidade do uso da abordagem intercultural para promover a completude do desenvolvimento de competências em língua estrangeira (cf. BYRAM; HU, 2000; FENNES; HAPGOOD, 1997; PETERS, 2003). Para os defensores desta abordagem, hodiernamente, os sistemas de ensino, sobretudo os de nível superior, têm o desafio de preparar indivíduos efetivamente úteis no sistema global, o que implica não só o desenvolvimento de conhecimento científico, como também, do pensamento crítico, de atitudes globalmente aceites e da capacidade de ver, interpretar e agir na perspectiva do outro (DEARDORFF, 2011; PINTO, 2018).

Efectivamente, os argumentos que sustentam a abordagem intercultural no ensino-aprendizagem das LE sublinham o facto de as línguas funcionarem como veículos de aspetos folclóricos de uma sociedade, daí a necessidade de uma abordagem que coloque em convivência a cultura do aprendente de LE e a do outro (PETERS, 2003). Nesta perspectiva, na tradução de provérbios, o aluno é chamado a conjugar a sua cultura com a do outro, no uso da língua (LÁZÁR, 2007, p. 8- 10), existindo, assim, maior probabilidade de observarmos as suas tendências no que tange à sua competência intercultural.

Por seu turno, recorremos às teorias de tradução em consideração do facto de que “não há como ignorar [...] que a tradução, como um recurso didático, está, como sempre esteve, no bojo do aprendizado de língua(s) estrangeira(s)” (TERRA, 2010, p. 69-85). Consideramos, entretanto, a perspectiva que sublinha o papel pedagógico e didático da atividade de tradução. Os defensores desta perspetiva, encorajam o uso da tradução em sala de LE de forma positiva, isto é, focalizando os seus aspetos positivos no desenvolvimento de competências em LE (cf. LÁZARO, 2004; BRANCO, 2011). Aliás, a tradução “apresenta-se como um veículo para o conhecimento das interferências e, consequentemente, como um elemento de ajuda para lutar contra elas”[1] (LÁZARO, 2004, p. 7). A tradução como exercício pedagógico, “busca aperfeiçoar a agilidade verbal, expandir o vocabulário em LE, desenvolver o estilo dos alunos, aprimorar a compreensão de como as línguas funcionam, conso­lidar as estruturas da LE para uso ativo e monitorar e melhorar a compreensão da LE” (BRANCO, 2011, p. 164). Portanto, no exercício da tradução de provérbios, esperamos observar os níveis de desenvolvimento linguístico na perspetiva de Branco e os aspetos de tradução na base desses níveis de desenvolvimento.

1. Breves notas sobre a tradução de provérbios

O conceito de tradução é apresentado por Vilela (1994) como sendo a “[transposição de] textos ou enunciados de uma língua (língua de partida) para outra (língua de chegada)” (VILELA, 1994, p. 13). Esta definição é corroborada por Branco (2009) ao considerar a tradução “em um sentido mais amplo [como sendo] uma operação de transmissão de mensagem de um sistema linguístico para outro” (BRANCO, 2009, p. 186). Neste contexto, a colocação do ato de transmissão da mensagem no lugar de destaque na definição de Branco sublinha, em nosso entender, não só a pertinência de estruturas próprias de um sistema linguístico, como também e, sobretudo, das coordenadas de natureza pragmática e cultural da respetiva sociedade.

É esta concepção de tradução como processo que requer competência linguística e também intercultural que interessa para os propósitos deste trabalho. Trata-se de uma tradução que “inclue a recepção e/ou produção […] de discursos no sentido mais amplo, sem restrições em termos do mapeamento gramatical ou semântico”[2] (PYM; MALMKJAER; GUTIERREZ-COLON, 2013, p. 6-7). Com este tipo de tradução, embora o produto reflita mundividências, saberes e configurações mais ou menos híbridos (resultantes do contato linguístico e intercultural), assegurar-se a equivalência do valor comunicativo e da força ilocutória (cf. GOUVEIA, 1996) do produto em relação ao enunciado na língua de partida.

Desta feita, a noção de tradução adotada neste ensaio é aquela que coloca em destaque a transposição de aspetos linguísticos, cultuais e semióticos de um sistema sociolinguístico-cultural para o outro. É, na verdade, esta perspetiva de tradução que promove o desenvolvimento de competências linguísticas e comunicativas na sala de LE.

De acordo com Vilela (1994, p. 14-19), duas perspectivas de tradução devem ser consideradas. Por um lado, temos a tradução ad verbum (tradução palavra-por-palavra). Esta é uma perspetiva que coloca como unidade estratégica, primária e principal de tradução, a palavra. No entanto, a tradução palavra-por-palavra mostra-se, de uma forma geral, inadequada ou mesmo impossível quando as línguas de partida e de chegada apresentam aspetos linguísticos e estratégias de construção do discurso diferentes (OSWALD Jr., 1952). Por outro lado, encontra-se a tradução ad sensum. Esta perspetiva de tradução privilegia unidades significativas superiores à palavra. O sentido e o valor comunicativo é que norteiam o exercício de tradução, recorrendo ora a paráfrases ora a enunciados/expressões equivalentes.

Em se tratando de um trabalho sobre a tradução de provérbios no contexto de ensino-aprendizagem de LE, importa delimitar, por seu turno, o conceito de provérbio. Para Manjate, (2000) e Dabaghi, et al., 2010, os provérbios são textos que fazem parte do património cultural de uma determinada sociedade. Permanecem intactos, na forma e no significado, mesmo em casos de mudança linguística. Os provérbios podem apresentar-se em forma de metáforas, ironias, antíteses e alegorias, sempre com uma estrutura fixa, cujo funcionamento (valor comunicativo e/ou força ilocutória) se esgota nos limites de uma certa comunidade sociolinguística. Trata-se de textos morais, didáticos e informativos concebidos para regular o comportamento de uma sociedade específica.

Com efeito, para a compreensão e uso dos textos proverbias, não bastam o conhecimento linguístico e os princípios semânticos comuns. Para além do conhecimento linguístico, é indispensável um conhecimento sobre os valores culturais da sociedade a que pertence um determinado provérbio (DABAGHI, et al., 2010, p. 813). Neste âmbito, é interessante observar que estratégias usam os aprendentes de LE (português e alemão) para representar o conteúdo proverbial africano em língua do outro.

A tradução, no contexto de ensino-aprendizagem, tal como nos referimos em parágrafos anteriores, é um exercício importante que pode ser usado, em qualquer nível de proficiência, para catapultar o desenvolvimento das competências de leitura, escrita, audição e expressão oral (LEONARDI, 2011, p. 22).

No que concerne à tradução de provérbios e, em sala de aula de LE em particular, considerando que os textos proverbiais veiculam aspetos culturais, ideologias e sabedoria de uma sociedade particular (BEKER, 1992), vários autores apresentam algumas estratégias a que os tradutores e também aprendentes de LE recorrem para a tradução de expressões idiomáticas e proverbiais.

Neste contexto, autores como Thalji (2015, p. 48-50), Beker (1992, p. 72-78), Beekman e Callow (1974, p. 139) revelam, nas estratégias que apresentam, a eficácia da tradução ad sensum, em que se inclui (1) o recurso a expressões/provérbios com formas e significados equivalentes na língua de chegada, (2) o uso de paráfrases, (3) o uso de expressões/provérbios com o valor comunicativo equivalente, mas com a estrutura formal diferente na língua de chegada. Por sua vez, autores como Duff (1989, p. 11) e Beekman e Callow (1974, p. 139) também identificam, em seus trabalhos, o recurso à tradução ad verbum através do recurso à (4) tradução literal.

2. Metodologia

Este trabalho adota uma abordagem mista. A metodologia quantitativa permite-nos observar, através de dados estatísticos, as estratégias que são de uso preferencial para os nossos inquiridos. Permite-nos, igualmente, observar as tendências do grupo de aprendentes de português em comparação com as do grupo de aprendentes de alemão como língua estrangeira. Esta perspetiva de estudo dos dados possibilita, ainda que muito preliminarmente, a observação das tendências gerais dos aprendentes de LE sendo falantes de shona e de inglês. Por seu turno, a metodologia qualitativa vai permitir a descrição, a compreensão e a explicação das diferentes estratégias de tradução de provérbios (RAPOSO, 2011; TREZ, 2012; SILVEIRA; CÓRDOVA, 2009).

A recolha dos dados consistiu num exercício de tradução de provérbios por aprendentes de português e de alemão como línguas estrangeiras. Participaram deste exercício 23 aprendentes de português e 17 de alemão no terceiro ano dos seus cursos de graduação. A escolha dos dois grupos justifica-se, em primeiro lugar, pelo facto de terem as mesmas bases de conhecimento linguístico e, a este nível, terem desenvolvido várias atividades de tradução na sala de aula, como exercícios estratégicos para impulsionar o desenvolvimento de competências em LE.

Em segundo lugar, a escolha dos dois grupos justifica-se pelo facto de aprenderem línguas diferentes. Assim, a semelhança de estratégias de tradução nos dois subgrupos poderá funcionar como indicador da sua generalização, independentemente da LE e de respetivos aspetos culturais.

Os nossos inquiridos são de ambos os sexos e têm idades entre os 22 e os 30 anos. Em termos de CLP, tal como mencionado em parágrafos anteriores, todos são falantes de shona e de inglês, a primeira como LM e a segunda, como segunda língua. De uma forma geral, a maioria destes estudantes só tem contato com a LE no contexto de ensino-aprendizagem, faltando-lhes, portanto, aquele input de natureza implícita que, segundo Krashen (1981; 1985), é indispensável para o desenvolvimento de competências comunicativas.

A este grupo de estudantes, foi solicitada a tradução de 10 provérbios shona apresentados no Quadro 1 abaixo (neste quadro apresentamos, para efeitos da compreensão de cada provérbio, o respetivo equivalente em português e alemão). Estes provérbios dizem respeito a aspetos do dia a dia como, por exemplo, dar conselho, beleza, segredo, trabalho coletivo, entre outros.

Quadro 1: Lista dos provérbios shona dados aos estudantes para a tradução

Quadro 1: Lista dos provérbios shona dados aos estudantes para a tradução

A análise de dados consiste, em primeiro lugar, na identificação das estratégias usadas pelos nossos inquiridos na tradução dos provérbios dados, tendo em consideração o vocabulário, a estrutura sintática usada e o respetivo significado. Pretendemos, como já nos referimos na introdução, observar a relação entre estes aspetos (vocabulário, estrutura sintática e o significado) nas línguas de partida (shona) e de chegada (português e alemão): as palavras chave (ao longo do texto usamos esta expressão para nos referirmos às palavras/expressões com significados estratégicos na constituição do provérbio) são as mesmas/equivalentes? As estruturas sintáticas são semelhantes? Os enunciados têm o mesmo valor comunicativo/força ilocutória?

A semelhança de tendências (nos dois subgrupos de informantes), entretanto, induzir-nos-á à sua generalização, enquanto a dissemelhança será interpretada como sendo sinal de que as estratégias observadas não têm muito a ver com o CLP, não devendo ser interpretadas como tendências gerais. Ora esta última possibilidade abrirá espaço para mais estudos que expliquem o comportamento do grupo alvo no exercício de tradução de conteúdo proverbial.

Em segundo lugar, e já na parte da discussão dos resultados, procuraremos observar e elucidar o nível de eficácia (vantagens e desvantagens) das principais estratégias usadas pelos nossos informantes para os propósitos de desenvolvimento de competências linguísticas e comunicativas – tradução pedagógica (cf. BRANCO, 2011) - em LE. Em todas as etapas da análise dos dados, teremos como referência os provérbios e os equivalentes apresentados no Quadro 1.

3. Análise de dados

Os dados refentes à tradução de textos proverbiais do shona (língua de partida) para o português e para o alemão (línguas de chegada) por aprendentes destas duas últimas línguas são apresentados nas Tabelas 1 e 2 a seguir.

Tabela 1: Tradução de provérbios shona para o português

Tabela 1: Tradução de provérbios shona para o português

Tabela 2: Tradução de provérbios shona para o alemão

Tabela 2: Tradução de provérbios shona para o alemão

Nas Tabelas 1 e 2, referentes à tradução dos provérbios shona (vd. Quadro 1) respetivamente para o português e o alemão, observam-se os totais de tradução (de cada provérbio) e as estratégias usadas pelos nossos inquiridos (palavra-por-palavra, paráfrase, uso do provérbio equivalente na LE). Ademais, os dados estatísticos indicam que, no grupo de aprendentes de alemão, diferentemente do que se observa no grupo de aprendentes de português, todos os provérbios dados foram traduzidos por todos os informantes (vd. totais nas Tabelas 2 e 3). Embora a tradução no grupo de aprendentes de português não tenha sido feita por todos os 23 informantes, o número de traduções de cada provérbio está acima da metade.

As percentagens apresentadas nas duas tabelas, calculadas em relação aos totais de traduções de cada provérbio, revelam uma diferença considerável na tradução de alguns provérbios. Neste âmbito, observa-se na Tabela 1 (tradução para o português), um índice de tradução usando a estratégia palavra-por-palavra de 68% do provérbio 7 (mwana wamambo muranda kumwe) em oposição ao índice de 12% que se regista na Tabela 2 (tradução para o alemão).

Já no que diz respeito aos provérbios 8 (Mwana asingachemi anofira mumbereko) e 10 (Seka wurema wafa), é no grupo de aprendentes de alemão que se registam índices de uso da estratégia de tradução palavra-por-palavra de 59% e 71% (acima dos 50%), respetivamente. Nos restantes provérbios e em todos os grupos, a estratégia de tradução por paráfrase é a que regista valores percentuais acima da metade.

A observação de que os provérbios 7, 8 e 10, com palavras chave referentes a seres humanos (mwana – filho, nos provérbios 7 e 8; e você – implícito, no provérbio 10), são amiúde traduzidos com recurso à estratégia palavra-por-palavra, enquanto os outros provérbios com outro tipo de palavras chave são traduzidos com recurso à paráfrase (na maioria dos casos), leva-nos a considerar que o tipo de palavras chave de cada provérbio desempenha um papel determinante na escolha da estratégia de tradução e, consequentemente, a associarmos os provérbios que tem como palavras chave seres humanos à estratégia de tradução palavra-por-palavra.

Efetivamente, em termos de estratégias usadas para a transposição do conteúdo proverbial do shona para o português e o alemão, as Tabelas 1 e 2 indicam o recurso a três estratégias principais, nomeadamente; (1) a estratégia de tradução palavra-por-palavra (Exemplo 1 a.), (2) a de uso de paráfrase (Exemplo 1 b.) e (3) a de uso de provérbios equivalentes na LE em causa (Exemplo 1c.).

Exemplos 1:

a) Akuruma ndzeve ndewako (shona) - Aquele que morde sua orelha é seu (português).
b) Guyo kutsvuka kutsvuka zvaro asi mukati rine masvosve (shona) - Algumas coisas parecem atraentes de longe, mas elas não são tão boas de dentro (português).
c) Mbeva zhinji hadzina mashe (shona) - Muitos cozinheiros estragam a sopa (português).

Com efeito, observamos que, no exercício de tradução, emprega-se quer a tradução ad verbum quer a tradução ad sensum (cf. VILELA, 1995), tal como se pode constatar na Tabela 3 abaixo.

Tabela 3: Tradução ad verbum vs Tradução ad sensun

Tabela 3: Tradução ad verbum vs Tradução ad sensun

Em termos gerais, a comparação dos dados percentuais apresentados na Tabela 3 (calculados em função dos totais de tradução em cada grupo) revela que quer o grupo de aprendentes de português quer o de aprendentes de alemão, quando se deparam com expressões idiomáticas e proverbiais, recorrem amiúde à paráfrase como estratégia de tradução e/ou interpretação (cf. THALJI; BEKER, 1992; BEEKMAN; CALLOW,1974). Esta estratégia atinge valores percentuais iguais a 60% e 62%, respetivamente.

A segunda estratégia mais usada pelos nossos informantes é a de tradução palavra-por-palavra ou tradução literal (cf. OSWALD, Jr., 1952; DUFF, 1989) em que a unidade lexical é o principal foco da atividade de tradução. Em termos numéricos, registamos valores equivalentes a 27% em cada subgrupo de informantes (vd. valores percentuais na Tabela 3). A ocorrência significativa desta estratégia e a consideração de posicionamentos de autores como Oswald Jr. (1952), que negam a sua operacionalidade/viabilidade, despoletam a discussão sobre a eficácia da estratégia palavra-por-palavra na tradução pedagógica engendrada para promover o desenvolvimento de competências linguísticas e comunicativas em LE (cf. BRANCO, 2011).

Finalmente, a estratégia do uso de provérbios equivalentes na língua de chegada é a menos usada pelos nossos inquiridos. No subgrupo de aprendentes de português, apenas 13% das 185 traduções recolhidas representam esta estratégia. Por sua vez, no grupo de aprendentes de alemão, esta estratégia representa apenas 11% das 170 traduções. Considerando que o uso de provérbios equivalentes significa e requer domínio da língua de chegada e dos respetivos aspetos socioculturais, a fraca ocorrência desta estratégia parece revelar a existência de algumas lacunas no desenvolvimento de competências de uso de expressões idiomáticas e proverbiais no seio dos nossos inquiridos.

4. Discussão dos resultados

Anunciámos como objetivos deste trabalho identificar as estratégias de tradução a que os falantes de shona e de inglês recorrem para transpor o conteúdo proverbial da sua LM para o português e o alemão em contexto de ensino-aprendizagem destas últimas línguas, bem como avaliar até que ponto as estratégias mais usadas pelos nossos inquiridos (des)favorecem o desenvolvimento de competências linguísticas e comunicativas em LE.

Neste contexto, baseados numa abordagem mista (cf. SILVEIRA; CÓRDOVA, 2009), descrevemos os dados disponibilizados pelos dois subgrupos e, numa perspetiva comparativa, procurámos encontrar aspetos de diferença e de semelhança entre as tendências dos dois. Embora haja algumas diferenças em termos de estratégias usadas - sobretudo nos provérbios 7, 8 e 10 em que o uso da estratégia de tradução palavra-por-palavra apresenta índices elevados se comparada com a estratégia de tradução por paráfrase - tais diferenças não afetam a generalidade dos resultados.

Com efeito, com base nos dados apresentados nas Tabelas 1, 2 e 3, podemos afirmar que a estratégia de tradução por paráfrase (BEKER, 1992) é a de uso preferencial, com 60% e 62%, respetivamente. Em segundo e terceiro lugar encontram-se as estratégias de tradução palavra-por-palavra, com 27% nas duas LE (OSWALD Jr., 1952), e de uso de provérbios equivalentes na LE (BEEKMAN; CALLOW,1974), com 13% e 11%, respetivamente.

A semelhança das tendências de dois subgrupos (com o mesmo perfil linguístico) que aprendem LE diferentes parece indicar, em primeiro plano, a uniformidade da ação do respetivo CLP e a semelhança de estratégias de ensino-aprendizagem adotadas. Em segundo plano, e tal como sugerimos na descrição da metodologia, as semelhanças observadas permitem-nos generalizar as tendências de tradução. No entanto, estes são posicionamentos que, reconhecendo a baixa representatividade dos inquiridos, dos dados e das LE envolvidos neste estudo, devem ser confirmados ou infirmados com base em estudos que envolvam mais informantes e mais LE ensinadas no mesmo contexto.

A paráfrase, a estratégia mais usada pelos nossos inquiridos, consiste na reprodução de sentidos (valor comunicativo e força ilocutória) de um determinado texto, ou seja, consiste no uso de “alternativas de expressão para um mesmo conteúdo” (ILARI, 2006, p. 151). Este processo implica o uso de vocabulário, de expressões e de estruturas sintáticas que, não sendo necessariamente equivalentes ao texto original ao nível da forma, asseguram a equivalência do sentido. A paráfrase pode ser reprodutiva – aquela que consiste em “reiterar, fixar, insistir, explicar, sintetizar, melhorar linguisticamente o texto, de forma parcial ou total [sendo que] o conteúdo do texto original é mantido no texto derivado e não conta com expansão de ideias” (CRUZ, 2009, p. 1906) – ou pode ser (a paráfrase) criativa – a que “ultrapassa os limites da simples reafirmação ou resumo do texto original” (MESERANI, 1995, p. 108 apud. CRUZ, 2009, p. 1906) e permite a recriação do texto através da inclusão de novos significados.

Os dois tipos de paráfrases implicam, no processo de tradução, dois produtos diferentes: “enquanto a paráfrase reprodutiva se aproxima da reprodução, a paráfrase criativa possui sua dose de criação, dando origem a um novo discurso, sem, contudo, divergir do texto que lhe deu origem” (CRUZ, 2009, p. 1906). Por um lado, a paráfrase reprodutiva, a que recomendamos na atividade de tradução, permite um elevado índice de fidelidade semântica do produto de tradução em relação ao texto original. Por outro, na paráfrase criativa, há uma considerável dose de infidelidade do produto em relação ao texto original.

Entretanto, embora os dois tipos de paráfrase resultem em produtos de tradução diferentes, no que tange ao seu contributo para o desenvolvimento de competências linguísticas e comunicativas, sobretudo em aprendentes de LE, (os dois tipos de paráfrase) mostram-se igualmente relevantes. Aliás, a capacidade de reproduzir fielmente um certo conteúdo com recurso a expressões e estruturas equivalentes (ILARI, 2006) é um excelente exercício para catapultar o desenvolvimento de competências e de autoconfiança no uso da língua. Por sua vez, a capacidade de derivar um novo discurso que não seja divergente do texto original, embora haja adição de ideias, é interessante; requer e permite, ao mesmo tempo, o desenvolvimento de competências linguísticas, comunicativas e interculturais.

Com efeito, em termos do contributo da paráfrase, no âmbito de aprendizagem da LE, em consideração das características apresentadas em parágrafos anteriores pode se destacar: (1) o desenvolvimento do vocabulário; (2) o melhoramento da combinatória sintática (estruturas sintáticas); (3) promoção da capacidade de adequar o discurso a um determinado contexto; (4) a capacidade de expressão de ideias próprias num determinado contexto; e (5) o desenvolvimento de confidência no uso da língua.

Tendo em conta os dados apresentados sobre a atividade de tradução de provérbios do shona para o português e o alemão, bem como as vantagens do uso de paráfrases, o registo de elevado número de tradução com recurso a esta estratégia revela a possibilidade de desenvolvimento de competências linguística, comunicativa e intercultural dos aprendentes de LE, com o uso estratégico da tradução pedagógica (BRANCO, 2011), devendo, portanto, ser encorajado o uso sistemático da paráfrase para efeitos pedagógicos (GUIMARÃES, 2015, p. 144-145).

No entanto, o registo de baixo índice de tradução com recurso a provérbios equivalentes na LE revela-nos, por um lado, um nível baixo de competência intercultural e comunicativa referente à língua de chegada. Por outro, revela-nos a exclusão, das preferências do nosso grupo alvo, de uma das estratégias chave para o exercício de tradução de conteúdo proverbial, e para o desenvolvimento da competência comunicativa e intercultural.

Este défice deve ser colmatado com o recurso a uma abordagem intercultural (cf. PINTO, 2018; DEARDORFF, 2011) no exercício da tradução pedagógica (cf. BRANCO, 2011; TERRA, 2010) e na aprendizagem da LE. O uso de provérbios equivalentes facilita a compreensão do produto da tradução por parte do recetor falante nativo ou proficiente da língua de chegada, e promove o desenvolvimento de competências comunicativas do tradutor e do recetor aprendentes da LE.

A segunda estratégia mais usada pelos nossos informantes é a de tradução palavra-por-palavra. Esta estratégia focaliza, em primeiro plano, as unidades lexicais e a constituição das estruturas sintáticas. Os autores que defendem esta estratégia de tradução advogam que “caso o tradutor crie um texto com palavras diferentes das do original, i.e. ajuste a tradução para o sistema da língua alvo, o produto não pode ser considerado tradução”[3] (LOMAKA, 2017, p. 237). Para os defensores desta tradução, tendo um provérbio shona como seka wurema wafa, a sua tradução para o português, devendo respeitar rigorosamente as palavras e os constituintes da estrutura sintática, seria *ri-se deficiência morre. No entanto, esta estrutura não corresponde a nenhum provérbio em português, criando dificuldades de leitura e compreensão quer para os falantes nativos quer para os diferentes utentes não nativos desta última língua.

Na verdade, o produto da tradução no parágrafo anterior não tem o valor comunicativo e a força ilocutória do provérbio shona; a sua percepção pelo recetor é bloqueada pela combinatória inadequada dos constituintes em português” (cf. TRETYAKOVA, 2006, p. 454 apud. LOMAKA, 2017, p. 237). É em função das dificuldades que a tradução palavra-por-palavra (literal) cria para a recepção do produto que alguns autores consideram que este tipo de tradução “pode ser usada apenas em casos em que o tradutor tenha um aspeto pragmático apenas possível de veicular melhor com recurso à estrutura da língua de partida”[4] (LOMAKA, 2017, p. 242); Outros autores vão mais longe, considerando que a tradução palavra-por-palavra é impossível (OSWALD Jr. 1952).

Os dados apresentados nas Tabelas 1, 2 e 3 referentes às estratégias de tradução usadas pelos nossos informantes indicam em ambos os grupos a concorrência da estratégia de tradução palavra-por-palavra (ad verbum) em relação à estratégia de uso da paráfrase (ad sensum). No entanto, com todos os inconvenientes observados nos parágrafos anteriores e relatados por autores como Oswaldo Jr. (1952), não devendo ser banida da sala de LE, a tradução palavra-por-palavra deve ser desencorajada e/ou usada sob monitoria do professor no sentido de minimizar os seus efeitos prejudiciais no desenvolvimento de competências linguística, comunicativa e intercultural almejadas.

Portanto, a discussão desencadeada sobre as estratégias de tradução usadas pelos nossos informantes na tradução de provérbios shona para o português e o alemão permite-nos destacar, estritamente no que diz respeito ao uso da tradução pedagógica como estratégia para promover o desenvolvimento de competências linguística e comunicativa, as vantagens da tradução ad sensum (uso da paráfrase e de provérbio equivalente na língua de chegada) em relação à tradução ad verbum (palavra-por-palavra). Com efeito, a concorrência desta última estratégia face à primeira implica a necessidade de encontrar mecanismos para contornar os seus efeitos negativos na aprendizagem de LE.

Considerações finais

Neste trabalho, recorrendo à uma abordagem mista de análise de dados, estudámos o comportamento de aprendentes de português e de alemão na tradução de conteúdo proverbial da sua LM para a LE. Neste contexto, a semelhança das tendências gerais dos dois subgrupos de aprendentes de LE diferentes permite-nos relacionar tais tendências com a ação de um CLP comum e/ou com a semelhança de estratégias no processo de ensino-aprendizagem e também no exercício de tradução pedagógica.

Os resultados e a respetiva discussão indicam que a tradução pedagógica é uma estratégia a não ignorar na sala de LE, com o objetivo de galvanizar o desenvolvimento de competências que permitam os aprendentes usarem eficazmente a língua. Entretanto, quer a tradução pedagógica (em particular de conteúdo proverbial) quer o processo de ensino-aprendizagem em geral, para que sejam eficazes na sala de LE, devem ser conduzidos com base numa abordagem intercultural.

Os nossos informantes usaram 3 estratégias: a tradução palavra-por-palavra (ad verbum), a tradução por paráfrase e o uso de equivalentes na língua de chegada (ad sensum). Destas estratégias, a paráfrase é a mais usada enquanto o uso de equivalentes é a menos usadas. Enquanto o uso da paráfrase, em função das suas vantagens no desenvolvimento de habilidades comunicativas, constitui uma tendência a promover, o uso da estratégia de tradução palavra-por-palavra, devido às suas ineficácias, requer do professor o uso de mecanismos que minimizem os seus efeitos negativos.

É importante sublinhar que, nos provérbios em que os índices de tradução palavra-por-palavra ultrapassam a metade, as respetivas palavras chave são nomes comuns/expressões referentes a seres humanos (filho e você) que, de uma forma geral, têm equivalentes nas línguas de partida e de chegada. Esta tendência permite-nos relacionar o tipo de palavras chave dos provérbios com a escolha da estratégia de tradução.

Entretanto, há toda a necessidade de desenvolver no aluno competências que o permitam usar expressões equivalentes em LE. O uso de provérbios equivalentes, para além de representar uma estratégia para usar eficazmente a língua, constitui uma forma de promover a abordagem intercultural na sala de LE, beneficiando quer o tradutor quer os recetores falantes nativo e não nativo.

Diocleciano Nhatuve - Universidade do Zimbabwe / Universidade Eduardo Mondlane. E-mail: djrnhatuve@gmail.com
Yemurai Chikwangura - Universidade do Zimbabwe. E-mail: yemchikwa@gmail.com

Notas

  1. Tradução do excerto em espanhol.
  2. Tradução do excerto em inglês.
  3. Tradução do excerto em inglês.
  4. Tradução do excerto em inglês.
  5. Voltar

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Recebido em: 15-mar-2022
Aceito em: 16-mai-2022

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