Memórias e narrativas: a representação dos encourados através dos vaqueiros de Pedrão/BA
Resumo
Esta comunicação tem como objetivo apresentar de forma parcial os caminhos percorridos na construção da dissertação, ainda em andamento, no curso de Mestrado em Crítica Cultural cujo tema da pesquisa se concentra no sentido que adquiri a representação dos Encourados para os vaqueiros de Pedrão no desfile do Dois de Julho, tendo como texto as narrativas orais. Assim, por meio dos depoimentos pretenderemos conhecer e compreender a dimensão que esse movimento adquiriu na memória desses vaqueiros que os personificam durante o desfile cívico do Dois de Julho. Desse modo, a metodologia utilizada é a historia oral por se constituir em um meio privilegiado para o resgate da vida cotidiana, tendo em vista que esta se mantem firmemente na memória, apesar de sofrer alterações como resultado de experiências posteriores ou mudanças de atitude. Dentro dessa perspectiva utilizaremos como referências Alberti (2004), Montenegro (2013) e Portelli (1987). No campo das narrativas orais os aportes teóricos trazidos por Zumthor (1997), Burke (2000) e Benjamim (1994). Para as discussões sobre memória destacaremos os trabalhos de Bosi (2009) e LeGoff (2003), aproveitaremos ainda as leituras de Cascudo (1939) para nos ajudar a entender a figura do vaqueiro personagem central da nossa pesquisa. Destacamos as pesquisas de historiadores Kraay (2000), Albuquerque (1996) , Amaral (1919) e Serra (2009) com a intenção de entender através de uma breve contextualização histórica a construção dos Encourados de Pedrão, bem como o significado do desfile cívico do Dois de Julho e a relação que se constrói entre ambos. Nesse sentido o desenvolvimento da pesquisa contribui para dar espaço a um trabalho de fundamental importância para a comunidade pedronense bem como para a construção da identidade e memória da cidade de Pedrão, além de uma importante referência no campo da historiografia baiana.