Que malandro sou eu? Para uma cartografia do malandro brasileiro
Resumo
Esta investigação tem como objeto o malandro e objetiva propor uma nova tipologia para o mesmo com o intuito de explicar a existência de tipos e subtipos de malandros que diferem do perfil do malandro folclórico produzido, divulgado e comercializado pelo Estado Novo através da mídia e investigado pela literatura técnica em autores como Claudia Matos. A razão de fazer essa cartografia é mostrar: que não há somente um tipo de malandro e que este seja somente pobre; negro; brasileiro; hetero; vadio; que o malandro folclórico também era delinquente; que os personagens Leonardo e Macunaíma eram malandros inverossímeis; que malandro e pícaro não são coisas distintas; e por fim de construir a ideia que a malandragem folclórica é arte. Esta investigação está sendo feita a partir de obras literárias (O cortiço, O bem amado), textos cinematográficos (Filme de Carlos Bini), musicais (Letras de músicas de Moreira da Silva), históricos (Revista de História) e da literatura técnica que tratou do tema (Giovanna Dealtry); no espaço carioca e soteropolitano, no período que vai do pós-abolição até a década de 70; e teve como aporte teórico a esquizoanálise e a antropofagia, entre outros.