Por uma Antropofagia Arruaceira
Entre cruzos, resistências e vadiagens, o colono na gira da colonialidade
Palavras-chave:
biopolítica, colonialidade, cruzos, apagamentos, colonoResumo
A presente escrita para além de uma discussão é um início, portanto, não se resume, pois procura entender como três dimensões formativas, a do colonizador, do colonizado e do colono, entrecruzam-se como possibilidades explicativas do ser brasileiro dentro do jogo biopolítico de controle dos corpos. Nesses cruzos, em que pese a colonialidade se apresentar como uma tentativa reiterada de apagamento, outros elementos a partir dela se estruturam permitindo vislumbrar não apenas a figura de um colonizado espelhado nos maneirismos metropolitanos, mas para além, o surgimento de um colono identificado com outras possibilidades e existências. Nesse sentido, a experiência antropofágica dos encontros e cruzos pelas ruas de uma filosofia brasileira, permitem ao colono colocar-se como pensante no reconhecimento daquilo capaz de gerá-lo sem com ele se confundir. Nos contornos desse gingado, no movimento da gira, os cruzos são possibilidades de escapar das verdades do colonizador ampliando o maior número possível de ângulos de visão, deixando também perceber, nesse movimento, que os saberes ecoantes nas terras tropicais seguem rastros e são na verdade redescobertas, isso porque, sempre estiveram presentes, como resistência.
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