O TEMPO DE ATIVIDADE FÍSICA VIGOROSA DEVE SER MULTIPLICADO POR DOIS NA CLASSIFICAÇÃO DE PRÁTICA PELO IPAQ-VERSÃO CURTA?
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.14956752Palavras-chave:
Atividade Motora, Confiabilidade dos Dados, QuestionárioResumo
A prática de atividade física (AF) é essencial para a saúde, mas muitos adultos não cumprem as recomendações mínimas. O objetivo deste estudo foi analisar a concordância entre os critérios de classificação da AF mensurada pelo International Physical Activity Questionnaire (IPAQ), versão curta, com e sem a multiplicação do tempo de prática em intensidade vigorosa por dois, em comparação a classificação de acordo com o guia do referido instrumento. Realizou-se um estudo de delineamento transversal com estudantes universitários brasileiros. As comparações entre as prevalências foram realizadas via teste McNemar e os níveis de concordância por meio do teste Kappa (K). Participaram deste estudo 1.110 universitários com média de idade de 21,45 anos. De modo geral, as prevalências de prática de AF em nível insuficiente (<150 min/sem) foram diferentes nas comparações com a diretriz do IPAQ (30,8% com a multiplicação por dois; 31,6% sem a multiplicação; e 36,7% pelo guia). Essas diferenças também ocorreram em separado para cada sexo. Houve concordância de aproximadamente 92% entre as classificações com e sem multiplicação com o critério do guia. Entre os homens, a AF com a multiplicação por dois demonstrou menor concordância (K: 0,787; p: <0,001; 91,59%) e entre as mulheres, a AF sem a multiplicação por dois apresentou maior concordância entre as classificações. Conclui-se que há concordância substancial entre as classificações com e sem a multiplicação do tempo de prática de AF em intensidade vigorosa por dois, especialmente entre mulheres, porém, as prevalências divergem do critério de classificação apresentado pelo guia do instrumento.
Downloads
Referências
ÁCS, P.; BETLEHEM, J.; OLÁH, A; BERGIER, J.; MELCZER, C.; PRÉMUSZ, V.; MAKAI, A. Measurement of public health benefits of physical activity: validity and reliability study of the international physical activity questionnaire in Hungary. BMC Public Health, v.20, suppl.1, p.1198, 2020. DOI: https://doi.org/10.1186/s12889-020-08508-9
ALHAMMAD, S. A.; ALMUTAIRI, F. M.; BAJSAIR, A. S.; ALGHAMDI, A. S.; ALGARNI, F. S.; ALDAIHAN, M. M.; ALSHEHRI, W. M.; ALWADEAI, K. S. Physical activity levels among undergraduate students at the College of Applied Medical Sciences, King Saud University, Riyadh: A prevalence study. Medicine, v.102, n.48, p.e36386, 2023. DOI: https://doi.org/10.1097/MD.0000000000036386
ALVES, V. V.; BORGES, K. C. S.; RIBEIRO, L. F. P.; GADELHA, S. R.; SANTOS, S. C. Concordância entre critérios de categorização do nível de atividade física a partir do questionário internacional de atividade física. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, v.15, n.2, p.111–114, 2010. DOI: https://doi.org/10.12820/rbafs.v.15n2p111-114.
ARMSTRONG, T.; BAUMAN, A. E.; DAVIES, J. Physical activity patterns of Australian adults: results of the 1999 national physical activity survey. Canberra: Australian Institute of Health and Welfare, 2000.
BAUMAN, A.; BULL, F.; CHEY, T.; CRAIG, C. L.; AINSWORTH, B. E.; SALLIS, J. F.; BOWLES, H. R.; HAGSTROMER, M.; SJOSTROM, M. PRATT, M.; The IPS Group. The International Prevalence Study on Physical Activity: results from 20 countries. International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity, v.6, n.1, p.1-21, 2009. DOI: https://doi.org/10.1186/1479-5868-6-21
CERASOLA, D.; ARGANO, C.; CORRAO, S. Lessons From COVID-19: Physical Exercise Can Improve and Optimize Health Status. Frontiers in Medicine, v.9, p.834844, 2022. DOI: https://doi.org/10.3389/fmed.2022.834844
CRAIG, C. L.; MARSHALL, A. L.; SJÖSTRÖM, M.; BAUMAN, A. E.; BOOTH, M. L.; AINSWORTH, B. E.; PRATT, M.; EKELUND, U.; YNGVE, A.; SALLIS, J. F.; OJA, P. International physical activity questionnaire: 12-country reliability and validity. Medicine and Science in Sports and Exercise, v.35, n.8, p.1381–1395, 2003. DOI: https://doi.org/10.1249/01.mss.0000078924.61453.fb
FERREIRA, M. D. S.; BARROS, G. R.; FARIAS, G. S.; SOUSA, T. F. Prática de atividades físicas no lazer em baixos níveis em universitários de uma instituição do estado da Bahia: Estudo MONISA. Em: MARILEILA MARQUES TOLEDO (Ed.). Ciências da Saúde: Teoria e Intervenção 5. Ponta Grossa: Atena Editora, 2020. p.191–201.
FONTES, A. C. D.; VIANNA, R. P. T. Prevalência e fatores associados ao baixo nível de atividade física entre estudantes universitários de uma universidade pública da região Nordeste - Brasil. Revista Brasileira de Epidemiologia, v.12, n.1, p.20–29, 2009. DOI: https://doi.org/10.1590/S1415-790X2009000100003
GALLARDO-GÓMEZ, D.; SALAZAR-MARTÍNEZ, E.; ALFONSO-ROSA, R. M.; RAMOS-MUNELL, J.; POZO-CRUZ, J.; POZO CRUZ, B.; ÁLVAREZ-BARBOSA, F. Optimal Dose and Type of Physical Activity to Improve Glycemic Control in People Diagnosed With Type 2 Diabetes: A Systematic Review and Meta-analysis. Diabetes Care, v.47, n.2, p.295–303, 2024. DOI: https://doi.org/10.2337/dc23-0800
HALLAL, P. C.; VICTORA, C. G.; WELLS, J. C. K.; LIMA, R. D. C. Physical inactivity: prevalence and associated variables in Brazilian adults. Medicine and Science in Sports and Exercise, v. 35, n. 11, p. 1894–1900, 2003. DOI: https://doi.org/10.1249/01.MSS.0000093615.33774.OE
IPAQ RESEARCH COMMITTEE. Guidelines for data processing and analysis of the International Physical Activity Questionnaire (IPAQ)-short and long forms. Available from: http://www.ipaq.ki.se/scoring. pdf. 2005.
JAO, N. C.; ROBINSON, L. D.; KELLY, P. J.; CIECIERSKI, C. C.; HITSMAN, B. Unhealthy behavior clustering and mental health status in United States college students. Journal of American College Health, v.67, n.8, p.790–800, 2019. DOI: https://doi.org/10.1080/07448481.2018.1515744
KEATING, X. D.; GUAN, J.; PIÑERO, J. C.; BRIDGES, D. M. A Meta-Analysis of College Students’ Physical Activity Behaviors. Journal of American College Health, v.54, n.2, p.116–126, 2005. DOI: https://doi.org/10.3200/JACH.54.2.116-126
KLJAJEVIĆ, V.; STANKOVIĆ, M.; ĐORĐEVIĆ, D.; TRKULJA-PETKOVIĆ, D.; JOVANOVIĆ, R.; PLAZIBAT, K.; ORŠOLIĆ, M.; ČURIĆ, M.; SPORIŠ, G. Physical Activity and Physical Fitness among University Students—A Systematic Review. International Journal of Environmental Research and Public Health, v.19, n.1, p.158, 2021. DOI: https://doi.org/10.3390/ijerph19010158
KOTTNER, J.; AUDIGÉ, L.; BRORSON, S.; DONNER, A.; GAJEWSKI, B. J.; HRÓBJARTSSON, A.; ROBERTS, C.; SHOUKRI, M.; STREINER, D. L. Guidelines for Reporting Reliability and Agreement Studies (GRRAS) were proposed. Journal of Clinical Epidemiology, v.64, n.1, p.96–106, 2011. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ijnurstu.2011.01.016
KRETSCHMER, L.; SALALI, G. D.; ANDERSEN, L. B.; HALLAL, P. C.; NORTHSTONE, k.; SARDINHA, L. B.; DYBLE, M.; BANN, D.; INTERNATIONAL CHILDREN’S ACCELEROMETRY DATABASE (ICAD) COLLABORATORS. Gender differences in the distribution of children’s physical activity: evidence from nine countries. International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity, v.20, n.1, p.103, 2023. DOI: https://doi.org/10.1186/s12966-023-01496-0
LEE, P. H.; MACFARLANE, D. J.; LAM, T. H.; STEWART, S. M. Validity of the International Physical Activity Questionnaire Short Form (IPAQ-SF): a systematic review. The International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity, v.8, p.115, 2011. Disponível em: http://www.ijbnpa.org/content/8/1/115
LIMA, D. F.; LEVY, R. B.; LUIZ, O. C. Recomendações para atividade física e saúde: consensos, controvérsias e ambiguidades. Revista Panamericana de Salud Pública, v.36, n.3, p.164-70, 2014. Disponível em: https://www.scielosp.org/article/ssm/content/raw/?resource_ssm_path=/media/assets/rpsp/v36n3/04.pdf
LIMA, D. F.; LUIZ, O. C. Atividade física na promoção da saúde: uma avaliação das diretrizes. Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, v.36, n.2, p.57-66, 2015. DOI: https://doi.org/10.5433/1679-0367.2015v36n2p57
MATSUDO, S.; ARAÚJO, T. L.; MATSUDO, V. K. R.; ANDRADE, D. R.; ANDRADE, E. L.; OLIVEIRA, L. C. Questionário internacional de atividade física (IPAQ): estudo de validade e reprodutibilidade no brasil. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, v.6, n.2, p.5–18, 2001. DOI: https://doi.org/10.12820/rbafs.v.6n2p5-18
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Departamento de Promoção da Saúde. Guia de Atividade Física para a População Brasileira. Brasília: Ministério da Saúde, 2021.
OLIVEIRA, E. S.; GONÇALVES, C. S.; ARAÚJO, A. R.; VIEGAS, Z. V. B.; ARAGÃO, F. B. A.; SALVADOR, E. P. Nível de atividade física e fatores relacionados em universitários da área da saúde: um estudo longitudinal. Journal of Physical Education, v.32, p.e3230, 2022. DOI: https://doi.org/10.4025/JPHYSEDUC.V32I1.3230
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Diretrizes da OMS para atividade física e comportamento sedentário: num piscar de olhos [WHO guidelines on physical activity and sedentary behavior: at a glance]. Geneva: WHO, 2020.
PENGPID, S.; PELTZER, K.; KASSEAN, H. K.; TSALA, J. P. T.; SYCHAREUN, V.; MÜLLER-RIEMENSCHNEIDER, F. Physical inactivity and associated factors among university students in 23 low-, middle- and high-income countries. International Journal of Public Health, v.60, n.5, p.539–549, 2015. DOI: https://doi.org/10.1007/s00038-015-0680-0
PITUK, C. S.; CAGAS, J. Y. Physical activity and physical fitness among filipino university students. Journal of Physical Education, v.30, p.e3076, 2019. DOI: https://doi.org/10.4025/jphyseduc.v30i1.3076
POSADZKI, P.; PIEPER, D.; BAJPAI, R.; MAKARUK, H.; KÖNSGEN, N.; NEUHAUS, A. L.; SEMWAL, M. Exercise/physical activity and health outcomes: an overview of Cochrane systematic reviews. BMC public health, v.20, n.1, p.1724, 2020. DOI: https://doi.org/10.1186/s12889-020-09855-3
SACO-LEDO, G.; VALENZUELA, P. L.; RUILOPE, L. M.; LUCIA, A. Physical Exercise in Resistant Hypertension: A Systematic Review and Meta-Analysis of Randomized Controlled Trials. Frontiers in Cardiovascular Medicine, v.9, p.893811, 2022. DOI: https://doi.org/10.3389/fcvm.2022.893811
SAMARKANDI, O. A. Prevalence of Physical Activity Among Healthcare Students in King Saud University, Riyadh, Saudi Arabia. An Observational Study. Inquiry: A Journal of Medical Care Organization, Provision and Financing, v.59, p.469580221100157, 2022. DOI: https://doi.org/10.1177/00469580221100157
SILVA, V. T.; SILVA, L. R.; OLIVEIRA, V. G. B.; RAMSON, B. P.; CAPUTO, E. L.; DA SILVA, M. C. Nível de atividade física de estudantes de educação física no Brasil: uma revisão sistemática. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, v.26, p.1–8, 2021. DOI: https://doi.org/10.12820/rbafs.26e0197
SOUSA, T. F. DE. Inatividade física em universitários brasileiros: uma revisão sistemática. Revista de Atenção à Saúde, v.9, n.29, 2011. DOI: https://doi.org/10.13037/rbcs.vol9n29.1293
SOUSA, T. F.; FONSECA, S. A.; JOSÉ, H. P. M.; NAHAS, M. V. Validade e reprodutibilidade do questionário Indicadores de Saúde e Qualidade de Vida de Acadêmicos (Isaq-A). Arquivos de Ciências do Esporte, v.1, n.1, 2013. Disponível em: https://seer.uftm.edu.br/revistaeletronica/index.php/aces/article/view/254
SOUSA, T. F.; FARIAS, G. S.; SANTOS, A. J. Consistência interna do international physical activity questionnaire (versão curta) para uso em pesquisas com universitários brasileiros. Cenas Educacionais, v.7, p.e19533, 2024. DOI: https://doi.org/10.5281/zenodo.13766171
WARBURTON, D. E. R.; BREDIN, S. S. D. Health benefits of physical activity: a systematic review of current systematic reviews. Current Opinion in Cardiology, v32, n.5, p.541-556, 2017. DOI: https://doi.org/10.1097/HCO.0000000000000437
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Mariana da Silva Ferreira, Thiago Ferreira de Sousa, Alex Carneiro Brandão, Gerleison Ribeiro Barros, Gildeene Silva Farias, Aline de Jesus Santos, Silvio Aparecido Fonseca

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License.
Direitos Autorais
A submissão de originais para a Cenas Educacionais (CEDU) implica na transferência, pelas(os) autoras(es), dos direitos de publicação. Os direitos autorais para os manuscritos publicados nesta revista são das(os) autoras(es), com direitos da CEDU sobre a primeira publicação. As(os) autoras(es) somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando explicitamente a CEDU como o meio da publicação original.
Licença Creative Commons
Exceto onde especificado diferentemente, aplicam-se à matéria publicada neste periódico os termos de uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License, que permite o uso irrestrito, a distribuição e a reprodução em qualquer meio desde que a publicação original seja corretamente citada.

Esta obra está licenciada com uma Licença