A Escola Indígena e a Valorização da Cultura Local Truká

Autores

  • Ramylla Rodrigues dos Santos
  • Alexsandra de Lima Cavalvanti
  • Roberto Remígio Florêncio Instituto Federal Sertão Pernambucano, Campus Petrolina.

Palavras-chave:

Educação escolar indígena, Povos indígenas, Interculturalidade

Resumo

Este estudo discute o ensino da dos saberes e tradições Truká, na escola indígena. A escola enquanto instituição de educação e formação de cidadãos, deve ter uma participação significativa na transmissão das tradições especificas do grupo social onde está inserida.  Ao considerarmos a prática pedagógica como um instrumento de manutenção do conhecimento e dos costumes de um povo, pode-se a partir da dinamização desses conhecimentos, promover o empoderamento social, através da afirmação identitária deste mesmo grupo. É função do professor indígena através do conhecimento e valores do seu povo, utilizar-se do coletivo cultural e social do seu povo para dar suporte à sua prática pedagógica. O objetivo principal deste estudo é analisar a prática docente indígena e as implicações da Lei 11.645, que rege sobre o ensino bilíngue nas escolas indígenas e o cumprimento das metas estabelecidas nesta lei. O trabalho foi desenvolvido na aldeia da Ilha de Assunção. Para a coleta de dados, foram realizadas entrevistas livres e conversas informais, com a aplicação de questionários abertos e semiestruturados, a três professores selecionados de forma aleatória, que atuam nos 3º, 4º e 5º anos do Ensino Fundamental. Os dados foram analisados quali-quantitativamente segundo o modelo de união das diversas competências individuais, no qual, segundo este modelo todas as informações obtidas são consideradas. Conhecer os elementos de uma cultura indígena em particular, é condição indispensável para a conservação da cultura desse povo, assim, a escola torna-se um instrumento de afirmação étnica, pois permite a relação dos saberes dos povos indígenas com os conhecimentos formais.

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Biografia do Autor

Ramylla Rodrigues dos Santos

Graduada em Serviço Social com Pós-Graduação em Pedagogia Social pelas Faculdades Montenegro. 

Alexsandra de Lima Cavalvanti

Coordenadora Pedagógica – INESB. Possui Graduação em Pedagogia pela Faculdade de Formação de Professores de Garanhuns (2005) e mestrado em Recursos Humanos e Gestão do Conhecimento pela Universidad de León (2012). Cursando Doutorado em Educação na Universidad la Integracion de las Americas. Atualmente coordena o Centro de Pós-Graduação e Extensão Universitária a pós-graduação do Centro de Pós-graduação e Extensão. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Psicopedagogia

Roberto Remígio Florêncio, Instituto Federal Sertão Pernambucano, Campus Petrolina.

Professor de Língua Portuguesa e servidor federal, lotado no Instituto Federal Sertão Pernambucano, Campus Petrolina. Mestrado em Educação, Cultura e Territórios Semiáridos (PPGESA/UNEB) (2014-15); Graduação em: Licenciatura Plena em LETRAS pela Universidade de Pernambuco-UPE (1990-93) e em Licenciatura Plena em PEDAGOGIA (Administração e Coordenação de Projetos Pedagógicos) pela Universidade do Estado da Bahia-UNEB (2001-05). Especializações em: Educação de Jovens e Adultos-EJA (UNEB-2001), Língua Portuguesa (UNIVERSO-2004), Língua Portuguesa e Literatura (Montenegro-2010) e Gestão Pública (UNIVASF-2014).  Mestrando em Inovação Pedagógica, pela Universidade da Madeira - UMa (Portugal) (2012-2015); membro do Comitê de Ética do IF Sertão; Pesquisador do Centro de Pesquisas em Etnicidades, Movimentos Sociais e Educação - OPARÁ/UNEB

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Publicado

2014-12-31

Como Citar

Santos, R. R. dos, Cavalvanti, A. de L., & Florêncio, R. R. (2014). A Escola Indígena e a Valorização da Cultura Local Truká. Opará: Etnicidades, Movimentos Sociais E Educação, 2(3), 7–18. Recuperado de https://revistas.uneb.br/index.php/opara/article/view/ART0019