O alienamento discursivo do sujeito feminino

Autores

  • Edvânia Martins Lopes Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN

DOI:

https://doi.org/10.30620/gz.v2n2.p87

Palavras-chave:

Discurso, Distúrbio feminino, Relações de poder

Resumo

Este artigo pretende analisar o discurso da personagem Laura, protagonista do conto “A imitação da rosa” da escritora Clarice Lispector. Nossa análise terá como objetivo entender o comportamento de uma mulher que se assujeita às relações de poder historicamente materializadas e que desfavorecem o feminino nas relações matrimoniais. Para compreendermos a elaboração do discurso da personagem em seu contexto social, utilizaremos a teoria de Bakhtin (2006) sobre como acontece “A interação verbal” no contexto discursivo. Como Laura é portadora de um distúrbio psíquico, recorreremos a Foucault (2009) para entendermos como o doente mental é visto pela sociedade. As teorias de Schneider (2000) e Engel (2007) serão utilizadas para refletirmos sobre a “naturalização” dos distúrbios mentais femininos. Os estudos de Beauvoir (1967) serão úteis na análise que faremos sobre o casamento como “destino” natural da mulher. As teorias de Andrade (2004) subsidiarão as análises sobre as relações de poder que se instauram no matrimônio.

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Biografia do Autor

Edvânia Martins Lopes, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN

Mestranda em Estudos do Texto e do Discurso pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Campus Pau dos Ferros (RN), Brasil.

Referências

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Publicado

2017-02-13

Como Citar

LOPES, E. M. O alienamento discursivo do sujeito feminino. Grau Zero – Revista de Crítica Cultural, Alagoinhas-BA: Fábrica de Letras - UNEB, v. 2, n. 2, p. 87–103, 2017. DOI: 10.30620/gz.v2n2.p87. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/grauzero/article/view/3268. Acesso em: 24 abr. 2024.