Comunidades quilombolas do sertão de Pernambuco: diálogos sociopolíticos na construção de uma educação emancipatória

Autores

  • Luclécia C. M. Silva Universidade Federal do Vale do São Francisco-UNIVASF
  • Moisés Felix de Carvalho Neto Universidade Federal do Vale do São Francisco -Univasf.
  • Adriana Fernanda Busso Universidade Federal de São Carlos -UFSCar

DOI:

https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2017.v26.n49.p53-67

Palavras-chave:

Educação quilombola, Semiárido nordestino, Sociopolítica

Resumo

Os povos quilombolas possuem uma longa história de luta por uma educação de qualidade, sobretudo os povos do Semiárido nordestino. Assim, a partir de dispositivos normativos e da luta dos movimentos sociais, houve um grande avanço na criação de diversas politicas públicas, destacando-se os programas educacionais destinados à valorização da diversidade sociocultural no campo. Sabendo disso, a presente pesquisa teve como objetivo analisar as relações e contribuições de aspectos sociopolíticos na construção de uma educação emancipatória em comunidades quilombolas insertadas no contexto do Semiárido nordestino. Optou-se pela pesquisa e abordagem qualitativa, de caráter exploratório e de base etnográfica, com procedimentos metodológicos,como: observações diretas, entrevistas semiestruturadas, grupos focais, caminhadas transversais, registros fotográficos, entre outros, com posterior triangulação dos dados.Verificou-se que os processos educativos se mostram o diferencial no empoderamento e tomada de decisões relativas à reafirmação de uma alteridade que estão cotidianamente ressignificando na luta pela valorização quilombola. Assim, empreende-se que as ações públicas de fortalecimento do patrimônio cultural e imaterial desses grupos sociais não serão efetivadas apenas pela existência de uma legislação específica para educação escolar quilombola, mas dependem muito mais do esforço em conjunto e integrado dos coletivos quilombolas na busca pelo respeito ao éthos (modo de ser) quilombola na elaboração das atividades pedagógicas que respeitem as especificidades locais e perpetuem os elementos culturais que constroem a identidade étnica de cada comunidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luclécia C. M. Silva, Universidade Federal do Vale do São Francisco-UNIVASF

Mestre em Antropologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Especialista em Metodologias Participativas aplicadas à pesquisa, assistência técnica e extensão rural pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf).

Moisés Felix de Carvalho Neto, Universidade Federal do Vale do São Francisco -Univasf.

Mestre em Produção Vegetal com ênfase em Agroecologia pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf).
Especialista em Metodologias Participativas aplicadas à pesquisa, assistência técnica e extensão rural pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf).

Adriana Fernanda Busso, Universidade Federal de São Carlos -UFSCar

Mestre em Antropologia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Referências

ALVES-MAZZOTTI, A. J.; GEWANDSZNAJDER, F. O método nas ciências naturais e sociais – pesquisa quantitativa e qualitativa. 2. ed. São Paulo: Pioneira/Thomson Learning, 1999.

AUGÉ, M. Os domínios do parentesco. Lisboa: Edições 70, 2003.

BEAUD, Stéphane; WEBER, Florence. Guia para a pesquisa de campo: produzir e analisar dados etnográficos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.

BERNARD, H. R. Research methods in Anthropology: qualitative and quantitative aproach. 4. ed. Lanham: AltaMira Press, 2005.

BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Resolução CNE/CEB nº 8, de 20 de novembro de 2012. Define Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na Educação Básica. Brasília, DF, 2012. Disponível em: <http://www.seppir.gov.br/portal-antigo/arquivos-pdf/diretrizes-curriculares>. Acesso em: 6 jan. 2017.

CENTRO DE CULTURA LUIZ FREIRE (CCLF). Sertão quilombola: a formação dos quilombos no Sertão de Pernambuco. Recife: Governo do Estado de Pernambuco, 2008.

GIBBS, G. Análise de dados qualitativos. Porto Alegre: Artmed, 2008.

GLASER, Barney G.; STRAUSS, Anselm L. The discovery of grounded theory: strategies for qualitative research. New York: Aldine de Gruyter, 1967.

COMISSÃO ESTADUAL DE COMUNIDADES QUILOMBOLAS DE PERNAMBUCO. Carta de princípios da educação escolar quilombola. Recife, 2008. Disponível em: <http://www.mocambos.net/media/upload/principios_da_educacao_quilombola.odt>. Acesso em: 04 fev. 2014.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Cidades. Pernambuco. Orocó. Brasília, DF, 2016a. Disponível em: <http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?codmun=260980>. Acesso em: 06 jan. 2017.

______. Cidades. Pernambuco. Cabrobó. Brasília, DF, 2016b. Disponível em: <http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=260300&search=pernambuco|cabrobo>. Acesso em: 06 jan. 2017.

INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA (INCRA). Notícias. Comunidade quilombola Conceição das Crioulas (PE) recebe título de mais de 800 hectares. Brasília, DF, 2014. Disponível em: <http://www.incra.gov.br/noticias/comunidade-quilombola-conceicao-das-crioulas-pe-recebe-titulo-de-mais-de-800-hectares>. Acesso em: 6 jan. 2017.

MAPASPARACOLORIR.COM. Mapa de Pernambuco. Disponível em: <http://www.mapasparacolorir.com.br/mapa-estado-pernambuco.php>. Acesso em: 06 jan. 2017.

NASCIMENTO, Abdias. Quilombismo: um conceito emergente do processo histórico cultural da população afro-brasileira. In: NASCIMENTO, Elisa Larkin (Org.). Afrocetricidade: uma abordagem epistemológica inovadora. São Paulo: Selo Negro, 2009. (Coleção Sankofa, v. 4). Disponível em: <https://afrocentricidade.files.wordpress.com/2016/03/quilombismo-abdias-do-nascimento.pdf>. Acesso em: 06 jan. 2017.

PEIXOTO, Ívina L. de M. Cotidiano e vida escraves do sertão: Boa Vista, Tacaratu – 1850/1888. 2007. 138 f. Dissertação (Mestrado em História) – Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, 2007.

SECRETARIA DE POLÍTICAS DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL (SEPPIR). Guia de Políticas Públicas para Comunidades Quilombolas. Brasília, DF, 2013.

SILVA, Givânia Mª da. Educação como processo de luta política: a experiência de “educação diferenciada” do território quilombola de Conceição das Crioulas. 2012. 199 f. Dissertação (Mestrado em Políticas Públicas e Gestão em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF, 2012.

SOARES, D. B.; MOTA FILHO, F. de O.; NÓBREGA, R. S. Sobre o processo de desertificação. Revista Brasileira de Geografia Física, v. 4, n. 1, p. 174-188, 2011.

Publicado

2017-10-31

Como Citar

SILVA, L. C. M.; CARVALHO NETO, M. F. de; BUSSO, A. F. Comunidades quilombolas do sertão de Pernambuco: diálogos sociopolíticos na construção de uma educação emancipatória. Revista da FAEEBA - Educação e Contemporaneidade, [S. l.], v. 26, n. 49, p. 53–67, 2017. DOI: 10.21879/faeeba2358-0194.2017.v26.n49.p53-67. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/faeeba/article/view/4024. Acesso em: 28 mar. 2024.