Experiências de educação quilombola: as relações entre escola e comunidade

Autores

  • Kalyla Maroun Universidade Federal do Rio de Janeiro -UFRJ
  • Edileia Carvalho Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC/RIO

DOI:

https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2017.v26.n49.p87-102

Palavras-chave:

Educação escolar quilombola, Escola, Comunidade quilombola

Resumo

Este artigo objetiva comparar experiências de educação em duas comunidades
quilombolas situadas na Região Sul-Fluminense, a partir das relações estabelecidas entre escola local e comunidade. A coleta de dados ocorreu entre os anos de 2011 e 2017 e contou com: etnografia; entrevistas com as principais lideranças políticas das comunidades pesquisadas; análise de documentos oficiais disponíveis nas respectivas escolas e Secretarias Municipais de Educação. Percebemos que tais experiências, ainda que apresentem pontos em comum, podem ser tão diversas como os próprios processos de formação das comunidades. Pensar em experiências de educação escolar quilombola pressupõe nos abrirmos à pluralidade de possibilidades que estas representam.

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Biografia do Autor

Kalyla Maroun, Universidade Federal do Rio de Janeiro -UFRJ

Doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RIO). Professora Adjunta da Faculdade
de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Pesquisadora do Laboratório de Pesquisas em Educação do
Corpo da Faculdade de Educação (LABEC/UFRJ)

Edileia Carvalho, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC/RIO

Doutoranda em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RIO). Educadora na ONG Novamerica.
Membro do Grupo de Estudos em Culturas, Escola e Cotidiano da Faculdade de Educação (GECEC/PUC-RIO).

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Publicado

2017-10-31

Como Citar

MAROUN, K.; CARVALHO, E. Experiências de educação quilombola: as relações entre escola e comunidade. Revista da FAEEBA - Educação e Contemporaneidade, [S. l.], v. 26, n. 49, p. 87–102, 2017. DOI: 10.21879/faeeba2358-0194.2017.v26.n49.p87-102. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/faeeba/article/view/4010. Acesso em: 20 abr. 2024.