GEOTECNOLOGIAS E METODOLOGIAS PARTICIPATIVAS: REFLEXÕES PARA A PRÁTICA DE ENSINO EM GEOGRAFIA

Autores

  • ANA ISABEL LEITE OLIVEIRA

Palavras-chave:

Geotecnologias, Metodologias Participativas, Ensino de Geografia

Resumo

A recente dinâmica socioambiental e avanços no meio técnico-informacional questionou o racionalismo das ciências modernas, sugerindo a superação da fragmentação das especialidades disciplinares e do modo de ver a realidade. Para a Geografia, especificamente, o pensamento holístico, complexo, interdisciplinar, multireferencial, multiescalar alinhados aos avanços das novas tecnologias geográficas, proporcionaram o repensar conceitos e métodos, tanto para a pesquisa quanto para o ensino. Com o desenvolvimento das Tecnologias Informacionais Geográficas, ou Geotecnologias, pode-se dizer que a Geografia ganhou mais um ramo: a Geografia Automatizada, vista como uma disciplina particular que utiliza sistemas cibernéticos, humanos e eletrônicos para a análise de sistemas físicos e sociais, integrada pela Cartografia Computacional, Computação Gráfica, Processamento Digital de Imagens obtidas por de Sensores Remotos, Modelos Digitais de Elevação e Sistemas de Informações Geográficas. Desta maneira, emergiu na Geografia uma transformação de forma e conteúdo, o que respalda o pensar novos rumos para a pesquisa e o seu ensino. De modo que, em trabalho de revisão bibliográfica, nosso objetivo é refletir sobre a aplicação das Geotecnologias no ensino de Geografia, em uma perspectiva participativa, na formação inicial de professores. Na sociedade contemporânea tecnologizada interessa-nos para a prática docente a essencialidade da problematização, da experimentação metodológica, da colocação de situações complexas e disposição para solucioná-las, de modo que as dimensões cultural e tecnológica impregnadas nas experiências de vida e as representações simbólicas do real, presentes no cotidiano da sociedade, ganhem visibilidade. Neste sentido os métodos participativos emergiram pelo reconhecimento da necessidade do engajamento das comunidades nas tomadas de decisão, pela valorização das experiências de vida para o conhecimento da realidade e planejamento de ações. Para tanto, compreendemos que os alicerces dessas transformações também perpassam pelas discussões sobre Currículo, vislumbrando relações entre a teoria e a prática e entre a educação e a sociedade. Destarte, diante das revisões epistemológicas e filosóficas pelas quais as ciências vem passando ultimamente, o pensar a condução metodológica para o ensino-aprendizagem de Geografia reflete a necessidade de incorporação da interconexão de saberes, do pensamentos de totalidade, da colaboração, da autonomia, da noção de sujeitos sociais, alinhados às possibilidades conferidas pelas novas ferramentas de obtenção, armazenamento, processamento e visualização de dados geográficos no processo de formação do professor de Geografia. Assim, dados e produtos geográficos em meio digital ou deles derivados, na perspectiva de metodologias participativas de representação do espaço geográfico próximo, podem vir a se tornar instrumentos para a percepção de pertencimento e para a ação, em atitude colaborativa, pode despertar maior interesse e ampliar o significado desta disciplina.

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Publicado

2017-11-16

Edição

Seção

Jogos digitais, história e geotecnologias