A escrita da história como violência: a inscrição dos corpos afroindígenas em “poemas da colonização”

Autores

  • Jorge Augusto de Jesus Silva Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Palavras-chave:

Memória. História. Nação. Violência. Corpo

Resumo

Esse estudo busca discutir, através das relações entre literatura e história, aspectos centrais da construção discursiva da nacionalidade brasileira. Para tanto, tomaremos a sessão, “Poemas da Colonização” do livro Pau-Brasil, de Oswald de Andrade. Neste conjunto de poemas, a memória se instala como fissura no jogo de significados e silêncios que a história oficial faz funcionar como violência, através do poder dizer e do poder calar. Por isso, o aspecto fragmentário e fragmentado dos poemas, porque a memória evocada pelo poeta não busca estabelecer com a narrativa da nação uma continuidade, pretende antes funcionar como suplemento que, ao invés de estabelecer com o passado uma relação de contiguidade, quer marcar sua diferença. Assim, a leitura buscará identificar como na relação entre memória e história, a poesia
oswaldiana, instaura fissura nas totalizações do enredo nacional, trazendo a tona o período colonial, recalcado na história e na história da literatura nacional, e com ele buscando através da representação contra-hegemônica do corpo afroindígena, desconstruir os estereótipos, e desfazer as interdições destinadas a esses grupos na narrativa oficial. A análise intenta evidenciar a visada desconstrucionista com que a memória e o corpo são acionados em relação a história oficial da nação. Para tanto, recorreremos as contribuições de Michel Foucault, Deleuze e Franz Fanon.

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Biografia do Autor

Jorge Augusto de Jesus Silva, Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Doutorando em Literatura e Crítica da Cultura pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).

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Publicado

2018-03-07